Após ameaças de ataque em campus da UFRGS, alunos pedem mais segurança para irem à universidade. Em página no Facebook, o Diretório Central de Estudantes (DCE) da universidade fez uma publicação com a reivindicação: "Quero estudar sem medo – contra a disseminação do ódio e do preconceito".
Estudante de matemática e membro de uma organização de mulheres dentro do Coletivo Juntos, Ana Paula de Souza dos Santos relata que, ao longo do dia, havia um sentimento de medo entre as estudantes do Campus do Vale, mesclado a indignação:
— Nas Exatas, nós somos minoria. E a gente quer reafirmar que essa ameaça de ataque tem a ver com machismo — diz a jovem.
Segundo as reproduções que circulavam nas redes, mensagens publicadas em um fórum incitavam ataque, especialmente, a mulheres dos institutos de Ciências Exatas.
O DCE, na postagem, lembrou a tragédia de Suzano (SP) — completou uma semana que uma dupla de jovens invadiu a Escola Estadual Raul Brasil, matou oito pessoas e cometeu suicídio — e afirmou que está em contato com a reitoria da UFRGS para cobrar o reforço da segurança em todos os campus.
"Mesmo que seja apenas uma postagem, sem nenhuma conexão com a realidade, exigimos a investigação e que sejam responsabilizados os responsáveis", diz o post.
A Polícia Federal informa que "recebeu a notícia da UFRGS e está dando o devido tratamento à informação", mas não deu mais detalhes da apuração até a noite desta quarta-feira (20).