Depois da paralisação deflagrada na manhã desta segunda-feira (11), os motoristas e cobradores da Expresso Assur, concessionária que opera o transporte coletivo de Guaíba, aceitaram o acordo proposto pela empresa e voltarão a trabalhar normalmente nesta terça-feira (12). Com isso, os ônibus circularão nos horários normais no município da Região Metropolitana.
A negociação envolveu a empresa, os rodoviários e a prefeitura da cidade. Pelo acordo, o governo municipal enviará à Câmara de Vereadores um projeto de lei para restringir a gratuidade apenas para idosos com 65 anos ou mais, conforme determina a legislação federal. Atualmente, pessoas a partir de 60 anos tem direito ao benefício.
De acordo com o secretário-adjunto de Mobilidade Urbana de Guaíba, Antônio dos Santos, cerca de 36% dos passageiros que circulam nos coletivos do município são isentos da tarifa de R$ 4,20.
- Vamos chamar os vereadores, que também têm compromisso com a população, e passar a situação. Porto Alegre já fez um projeto nesse sentido – justifica Santos. Segundo ele, até o momento, a Assur não enviou nenhum pedido de reajuste tarifário para 2019.
O acordo foi aceito pelos trabalhadores em uma assembleia conduzida pelo Sindicato dos Rodoviários de Guaíba, encerrada por volta das 20h. A proposta é de uma trégua de 60 dias e envolve o aumento do vale-alimentação para R$ 25 e reajuste salarial de 3,75% a partir de fevereiro.
A empresa também se comprometeu a não punir os grevistas e não demitir nenhum funcionário pelos próximos dois meses. Em contrapartida, o fornecimento de cestas básicas dos rodoviários será suspenso durante esse período.
- Os trabalhadores ficaram aliviados por ter uma solução provisória e esperam que, daqui a 60 dias, uma nova proposta complemente essa – diz o advogado do sindicato, João Batista Wolff de Oliveira.
Além do alto índice de isenções, a concessionária reclama do transporte clandestino realizado por vans e carros dentro do município. No final de 2018, GaúchaZH mostrou que o mercado de transporte irregular da cidade cresceu nos últimos dois anos. A estimativa da Expresso Assur é de que aproximadamente 30 mil pessoas por mês deixam de usar ônibus para andar nos veículos clandestinos.