
A polêmica envolvendo expositores e ambulantes no Brique da Redenção, em Porto Alegre, teve um novo capítulo neste domingo (19). A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), com apoio da Guarda Municipal, realizou operação de fiscalização no local para flagrar vendedores não autorizados.
O objetivo do trabalho no dia ensolarado foi mais de orientação, ou seja, preventivo, do que repressivo. Ainda assim, foram apreendidos mais de 400 itens sem procedência, como roupas, eletrônicos, carrinhos de carga, bebidas e lanches industrializados.
Conforme o diretor de Promoção Econômica da SMDE, Luís Antônio Steglich Costa, há dificuldade em flagrar as ilegalidades, já que é muito fácil o ambulante recolher o material e trocar de lugar quando há fiscalização.
— Estávamos trabalhando na orla do Guaíba. Viemos para cá. Muitos já devem estar na orla novamente. E aqui, certamente há pessoas sentadas esperando a fiscalização sair para instalar seu comércio novamente. Nosso efetivo é pouco. Trabalhamos em shows, parques, praças, cemitérios, bailes, jogos. Nossos servidores estão com uma média de 60 horas-extras por mês e ainda assim não damos conta — explicou o diretor.
Costa também destacou que a população deve colaborar com a fiscalização:
— Quem é autorizado, tem alvará. O cidadão, ao fazer compra, pode pedir para ver esse alvará.
Para o supervisor da Guarda Municipal, Marcelo do Nascimento, que acompanhou o trabalho, a conscientização de todos pode contribuir com o trabalho:
— Estamos fazendo trabalho preventivo, mas a conscientização dos munícipes é importante, tanto de quem vai trabalhar e deve buscar suas licenças quanto do consumidor.
Para a vendedora Letícia Poemape, 51 anos, que há 21 anos tem comércio legalizado no Brique, o problema é o "abuso" por parte de alguns:
— Não somos contra ninguém. Com a crise, todos precisam trabalhar. Mas eu pago pela minha licença. E aí alguém aparece aqui e instala uma banca quase em cima da minha. É abuso. O certo era todos serem pela disciplina.
A operação contou com 15 fiscais da SMDE e sete agentes da Guarda Municipal e teve apoio do Centro Integrado de Comando de Porto Alegre por meio de imagens captadas por 26 câmeras de videomonitoramento.

