O modelo econômico de Pequim, voltado para a exportação, é "insustentável" e prejudica tanto a China quanto o resto do mundo, disse o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, nesta quarta-feira (23), em meio a uma guerra comercial entre as duas potências.
"É um modelo insustentável que não prejudica apenas a China, mas o mundo inteiro", disse Bessent em um discurso em Washington, destacando as preocupações de Washington sobre os desequilíbrios comerciais, que o presidente Donald Trump quer corrigir por meio de tarifas.
No entanto, Bessent afirmou que "Estados Unidos Primeiro (slogan de Trump) não significa Estados Unidos sozinhos".
Ele insistiu que as ações do governo Trump são um apelo por "colaboração mais profunda e respeito mútuo entre os parceiros comerciais", embora apontem para "decisões políticas intencionais" de outros países que enfraqueceram a indústria dos EUA e colocaram sua segurança "em risco".
"Esse status quo de desequilíbrios grandes e persistentes não é sustentável", disse Bessent. "Não é sustentável para os Estados Unidos e, em última instância, não é sustentável para outras economias."
No mesmo discurso, em um fórum do Instituto de Finanças Internacionais, à margem das Reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), Bessent também afirmou que ambas as instituições precisam estar "aptas" para seu propósito, ao considerar que elas se desviaram de suas missões iniciais.
O FMI "não tem obrigação de emprestar a países que não implementam reformas", disse Bessent.
"A estabilidade econômica e o crescimento deveriam ser os indicadores do sucesso do FMI, não a quantidade de dinheiro que a instituição empresta", observou.
Ele acrescentou que o Banco Mundial também "não deve esperar mais cheques em branco para um marketing vazio focado em chavões acompanhados de compromissos brandos com as reformas".
Os Estados Unidos são o principal acionista do FMI e lideram o Banco Mundial.
* AFP