A morte do menino Luis Guilherme Oliveira Ribeiro, de cinco anos, ocorrida na manhã da última quinta-feira (8), causou comoção e revolta em Guaíba, na Região Metropolitana. Por volta das 16h desta sexta-feira (9), cerca de cem pessoas – entre familiares e amigos da família – reuniram-se em frente ao Hospital Regional do município para protestar contra o atendimento recebido pela criança.
Às 17h, um grupo chegou a invadir a instituição, aos gritos de “justiça” e “vergonha”. Depois disso, os manifestantes bloquearam o trânsito na rótula da Avenida Nestor Moura Jardim com a Rua São Paulo, nas proximidades do hospital. Em seguida, partiram em direção à prefeitura, onde permaneceram por quase uma hora, também aos gritos de “justiça” e “Guilherme”.
Com os rostos pintados e empunhando balões pretos e cartazes pedindo a investigação do caso, a dona de casa Ana Paula Oliveira Santos, 33 anos, e o padrasto Diones Orestes, 25 anos, afirmaram que os médicos e enfermeiros do Pronto Atendimento Dr. Solon Tavares teriam negligenciado o atendimento. A direção do hospital nega que tenha havido negligência e informa que o caso está sendo averiguado pelo Comitê de Ética do Grupo de Apoio a Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), gestor da unidade hospitalar.
Segundo Ana Paula, no sábado (3), o menino machucou o pé com um prego, enquanto brincava no pátio de casa, no bairro São Jorge. A própria mãe teria higienizado o machucado e feito o primeiro curativo. Segundo ela, o menino tinha todas as vacinas em dia, inclusive a antitetânica, que costuma ser aplicada nesses casos. Por isso, Guilherme não foi levado de imediato ao hospital, explica.
Conforme Ana Paula, o menino foi levado à unidade por volta do meio-dia de segunda-feira (5). Conforme receita apresentada pela mãe do garoto à reportagem, foi prescrito amoxicilina, penicilina utilizada no tratamento de infecções bacterianas causadas por microrganismos, e diclofenaco sódico, substância coadjuvante no tratamento de infecções acompanhadas de dor e inflamação, geralmente de ouvido, nariz ou garganta.
O atestado de óbito indica causa de morte “indeterminada, dependendo de exames complementares” e tipo de morte “ignorada”. O Instituto Médico Legal (IML) de Porto Alegre está analisando o caso e deve emitir um laudo em 30 dias.
NOTA DE ESCLARECIMENTO DO GAMP
O Pronto Atendimento Dr. Solon Tavares reconhece que o menor L.G.O.R, de 5 anos, recebeu atendimento na unidade no dia 05/2. Esteve também na unidade no dia 07, quando foi medicado e liberado. Cerca de 2h depois, o menor retornou e ficou sob observação, recebendo acompanhamento e todos os cuidados necessários.
Após algumas horas em observação o quadro de saúde da criança evoluiu rapidamente pra um estado grave. Todas as manobras necessárias foram realizadas pelos médicos plantonistas, mas infelizmente a criança veio a óbito em poucas horas, depois de diversas tentativas de reanimação.
O Comitê de Ética do GAMP está averiguando o caso e o serviço social da Organização está prestando suporte à família.
GAMP - Grupo de Apoio a Medicina Preventiva e à Saúde Pública