
Correção: o escorpião visto em Eldorado do Sul é da espécie Bothriurus bonariensis, e não Tityus bahiensis, como informado nesta reportagem. A informação, que permaneceu errada entre 18/1/2018 e as 11h15min de 28/3/2018, foi corrigida no texto a seguir.
A aparição de escorpiões na cidade de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, nos últimos dias deixou a região em alerta. Conforme os moradores, o escorpião preto foi visto em bairros como Chácara e Colonos. Segundo a bióloga Cynthia da Silveira, da Secretaria Estadual da Saúde, a espécie bothriurus bonariensis tem veneno de baixa toxicidade.
Em um grupo de discussão sobre a cidade no Facebook, uma foto do animal encontrado foi publicada na última quarta-feira (17). Bastou uma imagem para que dezenas de pessoas se manifestassem dizendo também ter encontrado o escorpião preto. A maior preocupação dos moradores ésobre o risco que a picada do aracnídeo pode oferecer às pessoas.
— Fiquei surpreso ao ver as fotos e as pessoas comentando que também tinham visto, não lembro de ter visto esse animal por aqui. Alertei o pessoal que entrassem em contato com alguém da prefeitura para ver o que está acontecendo — relata o morador José Antonio da Silva.
No entanto, diferente do escorpião amarelo (Tityus serrulatus) — no último dia 11, um dessa espécie foi encontrado no centro de Porto Alegre — o veneno do escorpião preto não é letal. Conforme o coordenador do curso de Ciências Biológicas da Feevale, Marcelo de Barros, o animal tem um veneno bem menos potente e "não apresenta nenhum tipo de perigo à sociedade".
— A picada desse animal é muito semelhante à picada de uma abelha. É claro que se uma criança com menos de cinco anos, um adulto com mais de 65 anos e pessoas alérgicas são picadas, elas podem sofrer um incômodo maior, como vermelhidão na região, uma dor um pouco mais intensa, coceira e devem procurar um pronto-atendimento — explica Barros, acrescentando que "a picada do escorpião preto não é comparável com a do amarelo".
Conforme o biólogo, nesta época do ano é muito comum encontrar o escorpião preto no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Uruguai e na Argentina, principalmente no litoral e em regiões arenosas. Barros comenta, ainda, que por ter alguns pontos de pigmentação avermelhados, o animal também é popularmente conhecido como escorpião vermelho.
Fique de olho
- Verifique calçados, roupas, toalha e roupas de cama antes de usá-los.
- Limpe caixas de gordura e ralos de banheiro e de cozinha.
- Mantenha camas e berços afastados da parede.
- Evite que lençóis toquem no chão.
- Feche frestas nas paredes, móveis e rodapés para que não sirvam de esconderijo para os escorpiões.
- Use telas nas aberturas dos ralos, pias e tanques.
Para manter o bicho longe
- Não é aconselhável usar veneno para combater os escorpiões, pois o desalojamento pode favorecer o aumento da população.
- Não deixe acumular lixo e entulho nos quintais, jardins e terrenos baldios.
- Cuidado com restos de obras e terraplanagem que possam causar acúmulo de entulho.
- Coloque o lixo em sacos plásticos fechados para evitar baratas e outros insetos, que são fontes de alimento para os escorpiões.