
A gente até aceitava perder para Demi Moore (reconhecida e celebrada por Fernanda Torres como a grande favorita do Oscar), mas a artista de 62 anos, mais uma vez, foi preterida pela indústria do cinema. O preconceito da idade, afinal, segue firme e forte em Hollywood. Talvez isso nunca mude.
Curiosamente, a estrela de Ghost perdeu a estatueta, não para Fernanda, outra veterana das telas, mas para uma atriz muito mais jovem do que as duas e ainda pouco conhecida, como se a sina de A Substância — filme protagonizado por Demi em uma cruzada existencial movida pelo culto à juventude eterna — se materializasse no palco do Oscar.
Ticiano Osório, que sabe tudo de cinema e deu show na cobertura do prêmio, "cantou a pedra": a academia, infelizmente, confirmou a crítica de A Substância ao etarismo nas telas.
Mikey Madison, de Anora, fez, sim, um grande trabalho (não sejamos injustos), mas não dá para negar que sua conquista jogou um balde de água fria em quem, ingenuamente, acreditava que Hollywood finalmente se curvaria à potência das mulheres maduras. Porque é isso que elas são: potentes, com ou sem botox.