Provavelmente não é a primeira vez que você, caro leitor, tem contato com a frase do título – que, talvez, o tenha convocado a seguir lendo essas linhas. Apesar de tão corriqueira, a ponto de ser banal (aparece até em, sei lá, propaganda de sabão em pó), ela tem muita força: você, em alguma medida, se sente interpelado por ela. Talvez até já tenha procurado meios para ser mais você mesmo, buscando conselhos em livros de autoajuda ou com algum tipo de terapia. Difícil é ser totalmente indiferente a ela, como se "seja você mesmo" nada lhe dissesse respeito.
Colunistas
Paulo Gleich: seja você mesmo
Levada ao extremo, a autenticidade do "si mesmo" é ensimesmada, solitária e destrutiva, pois desconsidera as renúncias necessárias ao convívio com o outro.