Parado desde dezembro de 2012, o mais ambicioso projeto de revitalização do Arroio Dilúvio vai permanecer exatamente como está, no mínimo, até 2018. É o que afirma a prefeitura de Porto Alegre. O projeto foi gestado em parceria com UFRGS, PUCRS e prefeitura de Viamão. As informações são da Rádio Gaúcha.
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O anteprojeto para a recuperação do Dilúvio está concluído desde dezembro de 2012. O grupo de trabalho - formado pelas universidades e prefeituras - deveria ter continuado, mas parou por falta de R$ 2 milhões para iniciar o projeto básico. A etapa seguinte - do projeto executivo - foi estimado à época em mais de R$ 500 milhões.
Principal agente financeiro do grupo de trabalho, a prefeitura de Porto Alegre descarta tirar dos cofres públicos R$ 2 milhões. Se algo puder ser feito, ficará para 2018, explica o secretário municipal de Governança, Cezar Busatto.
– Para o ano que vem, com certeza não. O orçamento será de extrema contenção. Estamos com receitas sem perspectiva de crescimento e despesas aumentando. Mas há a expectativa da economia do país retomar. Não descartamos a hipótese de conseguir incluir algo para o orçamento de 2018 – diz Busatto.
O projeto conjunto para revitalizar o Dilúvio começou em maio de 2011, a partir da visita de uma comitiva governamental à Coreia do Sul. Nas universidades, o trabalho é considerado suspenso.
Apesar da paralisação do projeto, a prefeitura de Porto Alegre não considera que houve abandono do arroio. Iniciativas isoladas prosseguem. A pedido da Rádio Gaúcha, em 2013 o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) apresentou um balanço do déficit de redes de esgoto na bacia do Dilúvio, que chegava a 210 quilômetros.
Passados estes anos, a bacia ganhou apenas quatro quilômetros de novas redes, num investimento de R$ 3,2 milhões. O déficit oficial foi atualizado para 274,2 quilômetros, a partir da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, apresentado no final do ano que vem.
Segundo a assessoria do Dmae, o ritmo foi mais lento nos últimos anos devido à prioridade dada para o Programa Integrado Socioambiental. Em março deste ano, começaram obras no Sistema de Esgotamento Sanitário Ponta da Cadeia, que inclui o Dilúvio, e possui 28 quilômetros de extensão.
O Dmae informa ainda que existem projetos prontos para a instalação de mais 18,8 km de redes, no valor de R$ 11,2 milhões, mas ainda sem previsão de início.