Uma manifestação contra o impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer na Presidência teve depredação e bombas de gás disparadas pela Brigada Militar, na noite desta quarta-feira (31), em Porto Alegre.
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O grupo se concentrou às 18h na Esquina Democrática e, cerca de uma hora depois, saiu em caminhada pelas ruas do Centro. Em frente ao diretório municipal do PMDB, na João Pessoa, os manifestantes colocaram fogo em um caixão que trazia a palavra "democracia". Minutos depois, homens e mulheres com o rosto coberto começaram a pichar e depredar a sede do partido.
Eles deram pontapés e conseguiram arrancar a porta de ferro do local. Outro grupo jogou sacos de lixo e colocou fogo dentro do diretório. Um contêiner também foi depredado e em seguida colocado na porta do prédio.
O choque da Brigada Militar, que estava concentrado em frente à Redenção, revidou e disparou diversas bombas de gás lacrimogênio. O grupo dispersou, mas minutos depois seguiu em caminhada pelas avenidas João Pessoa e Ipiranga.
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Ao chegarem na Ipiranga com Érico, eles colocaram fogo em pneus. A tropa de choque se posicionou na Ipiranga (sentido centro-bairro) e o grupo no outro lado do Arroio Dilúvio. Outras cinco bombas de gás foram disparadas contra os manifestantes.
Após mais de 20 minutos, eles saíram em caminhada pela Érico em direção à Cidade Baixa. Por volta das 21h30, o grupo se concentrou no Largo Zumbi dos Palmares.
O que disseram candidatos
O candidato a prefeito de Porto Alegre pelo Partido dos Trabalhadores Raul Pont estava na manifestação contra o impeachment de Dilma Rousseff. Disse que a Brigada Militar agiu “de maneira absurda e inaceitável”, lançando bombas de gás lacrimogênio nas proximidades da Redenção e que teve que fugir para não ser atingido pelos efeitos do gás. Perguntado o que achava do ato de vandalismo no Diretório Municipal do PMDB, disse que não poderia comentar, porque não presenciou.
“Eu não tenho o que comentar porque eu não vi. Eu não sei o que houve. Agora, essa provocação da Polícia deve ter ajudado ou deve ter insuflado os ânimos ali, né”, disse Raul.
A candidata Luciana Genro, do PSOL, disse que no momento da manifestação em Porto Alegre estava em casa. Classificou os atos de vandalismo como “ação de alguns desesperados”.
“Que estão tentando utilizar o impeachment da Dilma na eleição municipal depredando não só a sede do PMDB, mas o comitê do nosso candidato a vereador Roberto Robaina, me acusando de golpista. Como se eu, em algum momento, tivesse chancelado a posse de Michel Temer”.
O candidato do PMDB Sebastião Melo repudiou o ato de vandalismo na sede do seu partido. Disse que os extremismos sempre devem ser combatidos. Acredita que foi praticado por uma minoria que ofende a democracia.
“Eu não tenho conhecimento nem se na ditadura quando nós tivemos aqui momentos difíceis no Brasil, os partidos políticos tenham sido atingidos como foi dessa forma”.