Em 2016, vai fazer 45 anos que a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) engaja-se em causas como preservação da Mata Atlântica e do Guaíba. Ironicamente, também em 2016, a organização criada por nomes como José Lutzenberger para cuidar da nossa casa começou o ano sem casa.
A sala que servia de sede à entidade desde 2012 precisou ser desocupada porque o sócio benemérito que pagava o aluguel não pôde mais arcar com essas despesas, e a associação também não tem recursos para isso. Parte dos documentos foram levados ao escritório do vice-presidente da Agapan, Roberto Rebés Abreu, e o restante precisou ser levado em um caminhão ao sítio de um outro membro da diretoria.
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Abreu destaca que isso dificulta o acesso da sociedade ao acervo da Agapan:
- Hoje, se a gente quiser fazer uma consulta a esses documentos, é uma complicação, vamos ter de ir até Viamão, no sítio dessa pessoa, para buscar esse material - exemplifica.
- A Agapan está sem sede, não tem nenhuma base física que proteja, abrigue e permita que a sociedade acompanhe a história da agroecologia, a história da defesa ambiental no RS e talvez os elementos mais importantes e antigos da organização ambientalista brasileira que é o acervo da Agapan - complementa o presidente da entidade, Leonardo Melgarejo.
A diretoria da associação já esteve em contato com representantes dos governos estadual e federal para pedir a cedência de um espaço público, e a prefeitura também está em busca de soluções, garante o vice-prefeito Sebastião Melo. O local apontado para ser ocupado pela associação é a Casa da Estrela, casarão tombado do bairro Petrópolis. Entretanto, o espaço necessita de grandes reformas - e Melo afirma que não há verbas próprias disponíveis para isso.
- Estamos procurando parcerias para fazer essa reforma - diz Melo.
Casa da Estrela, no bairro Petrópolis, poderia servir de sede, mas não há verba para reforma