Tire suas dúvidas sobre o Código de Limpeza Urbana de Porto Alegre Leitora mandou foto de depósito de lixo na Rua Frederico Mentz
Foto: Marisa Pinheiro/ Arquivo Pessoal
Na calçada em que há um ano o técnico em logística Jonas Moisés da Silva, 33 anos, sentava com a família para tomar chimarrão, hoje há um depósito de lixo que fede e atrai ratos. Morador da Rua Frederico Mentz, no bairro Farrapos, diz que sente vergonha de residir perto de um "lixão":
- Eu não posso nem receber uma visita porque na frente da minha casa tem um depósito de lixo.
Pelo menos uma vez por semana, um caminhão do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) recolhe os dejetos, mas Jonas conta que a montanha se forma novamente em poucas horas - já se consolidou, na região, como um depósito de lixo.
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- O pessoal do bairro coloca lixo, o pessoal que invadiu o local, também. Por ver esse acúmulo, tem gente até que vem de fora, com caminhonetes, e descarrega aqui de noite - conta.
Outros moradores se preocupam com alagamentos provocados pelos bueiros entupidos, com a saúde de idosos e crianças e com a possível criação de larvas da dengue.
- Toda a vila aqui tem esse problema. Os carroceiros dividem por aqui o que é bom pra eles, e o que não é eles atiram - conta o aposentado Darci Dias, 68 anos.
Depósitos de lixo irregulares não são um problema exclusivo do bairro Farrapos: repetem-se em diversos bairros da Capital. No Petrópolis, o Pelas Ruas encontrou sujeira acumulada junto ao meio fio nas ruas Rubens Freire Hofmeister e Mario Antunes da Cunha - ali, o entulho de construção predomina. Na rua Aldo Menotti Sirangelo, no Jardim do Salso, um matagal está repleto de lixo. Perto dali, o problema mais grave é no encontro das ruas Graciliano Ramos e Jayr Amaury Koebe, onde há montes e mais montes de lixo, por toda a quadra. Pedestres evitam o lugar, frequentado apenas por catadores, alguns adolescentes, em busca de material.
Segundo o DMLU, esses locais possuem rotina de limpeza semanal, e quem descartar lixo irregularmente pode ser multado entre R$ 297,35 e R$ 4.757,62. Entre abril de 2014 e agosto de 2015, os agentes de fiscalização realizaram 6.566 mil abordagens e orientação a pessoas flagradas cometendo algum tipo de irregularidade. Os flagrantes e denúncias resultaram na emissão de 2.373 notificações e 1.074 autos de infração. O valor total de multas pagas chega a R$ 161.739,93, o que corresponde a 141 títulos pagos.
O departamento afirma ainda que, para diminuir o descarte irregular, são feitos trabalhos como o Bota-Fora, em que a comunidade é instruída a colocar seus resíduos que não são coletados pelas coletas normais na frente de suas residências e o DMLU efetua o recolhimento dos mesmos sem nenhuma taxa, e o Troca Solidária, em que os resíduos recicláveis são trocados por hortifrutigranjeiros ou ainda livros e o DMLU realiza a transformação de focos de lixo em jardins, com ajuda da comunidade.