Quase 18 horas após o início do incêndio que ocorreu no Morro da Apamecor na tarde e noite desta segunda-feira, ainda se podia sentir o cheiro da fumaça e o calor do fogo. Controlado após nove horas, o fogo devastou quase 90 hectares de mata, área superior à do Parque Marinha do Brasil, que tem 70 hectares.
A estimativa do comandante do 1º Comando Regional de Bombeiros de Porto Alegre, major Jefferson Ecco, é baseada no caminho que ele percorreu durante o período para coordenar o trabalho de 60 homens e cinco carros-bomba:
- A prioridade foi controlar o fogo na área residencial. As primeiras ações de socorro foram ali pela Rua Erechim e na Cidade Jardim, para fazer extinção de fogo que ameaçasse a vida humana. Depois, eliminamos o risco de alastramento pelo morro.
O grande impactado foi o mato. Sem fazer vítimas nem atingir casas, o foco ficou concentrado principalmente na área central do morro, que é desabitada. No seu entorno, os mais apreensivos eram moradores de um condomínio fechado, que chegaram a deixar as casas em função do risco de avanço das labaredas.
Sobre as causas do incêndio, Ecco diz que a quantidade de fogo destruiu todas as possíveis provas que se pudesse ter do início do incêndio. O principal vilão, segundo ele, foi o vento.
- Nós tivemos uma atmosfera propícia para fogo, e o vento não ajudou, soprava na direção das casas e mudava de direção. Se não for testemunhal, agora a gente nao consegue chegar a conclusão do que gerou - afirma o major.
A pedido dos bombeiros, a Polícia Civil sobrevoou o local na manhã desta terça-feira com o avião Bambi Bucket (foto abaixo), com bolsas d´água para terminar com eventuais focos de braseiro. Diretor da divisão de apoio aéreo da Polícia Civil, Francisco Soares explica que queimadas de grandes proporções são comuns no local, mas que nesse caso, há probabilidade maior de que tenha sido gerado intencionalmente por alguém. Segundo ele, a polícia irá investigar as eventuais causas:
Na manhã desta terça, aeronave da polícia civil sobrevoou região
Foto: FRANCISCO SOARES/POLÍCIA CIVIL
- Pelas características, o incêndio foi provocado. Ou com queima de lixo, ou com a colocação de fogo no mato, porque muitas áreas de vegetação ainda estavam verdes.
Segundo um funcionário do Clube Apamecor - a Associação de Pais e Mestres do Colégio Rosário, que dá o apelido ao Morro São Caetano - cerca de 10 hectares da área particular foram queimados - o equivalente à metade da área total. As instalações não foram afetadas e a associação seguirá funcionando normalmente.