O bloqueio da entrada da sede administrativa da prefeitura de Porto Alegre pelos servidores em greve irritou o vice-prefeito Sebastião Melo na manhã desta segunda-feira. A abertura das portas era condição para que as negociações pelo fim da paralisação dos municipários fossem retomadas.
Indignação com benefícios de auditores turbina reivindicações de municipários
Por isso, ele anunciou medidas para a tarde: uma ação na Justiça para aumentar o valor da multa diária ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), atualmente em R$ 4 mil, e o registro de boletins de ocorrência policial para casos em que unidades importantes da prefeitura estiverem fechadas.
- Há sete unidades da Fasc (Fundação de Assistência Social e Cidadania) não atendendo. Está suspensa a negociação. Greve é útil quando não há proposta, mas temos proposta - afirmou Melo.
O acesso ao prédio se tornou um ponto essencial de demonstração de força entre as duas partes. Se durante a manhã a prefeitura considerou que os municipários radicalizaram a greve e se tornaram inflexíveis ao manter as portas fechadas, os manifestantes devem acusar o Executivo com os mesmos adjetivos à tarde: a tendência é que, mesmo liberando a entrada na sede administrativa, o governo não ceda um encontro.
- A gente quer ter uma reunião antes de ir à assembleia na terça-feira - reivindicou a diretora de Comunicação do Simpa, Carmen Padilha.
O vice-prefeito não aceita marcar um novo horário para o encontro. Ele reforçou que quer o prédio aberto o dia inteiro, e confirmou que haverá desconto nos salários dos grevistas relativo aos dias parados - a greve começou na última quarta-feira.
- Não terá nenhuma reunião enquanto durar esse jogo de fechar a porta o dia inteiro e liberar só no final da tarde para aí se reunir com o governo. Não. Uma minoria está prejudicando a maioria. A folha de pagamento até agora não foi rodada por causa da greve - ressaltou.