O pedido de liberação do prédio da prefeitura de Porto Alegre, no Centro Histórico, foi acatado na manhã desta sexta-feira. Com isso, municipários em greve e o Executivo se reuniram às 10h30min para negociação. E o resultado foi que o Executivo retirou o projeto que trata do efeito cascata nos salários dos municipários na Câmara Municipal, que era uma das reivindicações dos grevistas. Agora, a categoria decidirá se a greve continua ou não em uma assembleia à tarde.
Durante o encontro com lideranças do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), o vice-prefeito, Sebastião Melo, afirmou que a prefeitura já havia sinalizado a retirada do projeto de lei que prevê que os benefícios acumulados do efeito cascata se transformem em abono. Logo depois, a informação foi confirmada pela Câmara. Os municipários pediram, então, que, além da retirada, o Executivo sugira outra alternativa, um novo projeto. As negociações entre as duas partes sobre esse novo projeto devem começar na segunda-feira.
Indignação com benefícios de auditores turbina reivindicações de municipários
Confira quais são as reivindicações dos municipários
No mesmo horário da reunião, manifestantes voltaram a bloquear o trânsito na Rua Siqueira Campos. O desvio do fluxo de carros era feito pela Rua General Câmara. Já a sede administrativa da prefeitura seguia aberta, mas uma espécie de "corredor polonês" foi formada na porta de acesso.
- Fizemos um acordo na noite de quinta-feira: iríamos fazer essa mesa de negociações novamente mediante o não bloqueio do prédio e da avenida. Quando cheguei na prefeitura, a via foi bloqueada. Espero o bom senso e que eles desbloqueiem a Siqueira Campos porque, nessas condições, não há negociação - disse Melo.
A diretora de Comunicação do Simpa, Carmen Padilha, classificou a retirada do projeto da Câmara um "avanço", mas ressaltou que é necessário que a prefeitura apresente uma alternativa à proposta que "não represente nenhuma perda salarial à categoria.
- A nossa avaliação é que, pelo sentimento de todos, não temos como terminar a greve sem que chegue uma proposta alternativa à Câmara de Vereadores - apontou Carmen.
O projeto de lei retirado do Legislativo previa que os benefícios acumulados do efeito cascata (a incidência de gratificações e vantagens umas sobre as outras, considerada irregular desde 1998) se transformassem em abono - o que representaria em perdas aos servidores, afirmam os municipários.
A proposta salarial da prefeitura continua a mesma: reajuste de 8,17%, parcelado. A categoria reivindica 20%. Na quinta-feira, Fortunati assegurou que, com a crise financeira instalada no país, a administração municipal não tem como conceder reajuste salariais acima de 8,17%
Confira como foi a cobertura:
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Como a folha de pagamento é feita no prédio que estava bloqueado, a prefeitura afirmou que há risco de atraso no acerto dos salários de maio. A paralisação tem restringido serviços médicos não essenciais e aulas em escolas municipais, por exemplo.
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