A greve dos municipários de Porto Alegre cancela aulas e afeta o atendimento em parte dos postos de saúde da cidade nesta quarta-feira. Ainda não há, porém, um balanço oficial dos reflexos da paralisação da categoria, que, entre outras reivindicações, pede reajuste salarial.
Em colégios da Zona Norte, a adesão de professores ao movimento deixou salas de aulas vazias nesta manhã. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Mariano Beck, no bairro Bom Jesus, apenas cinco dos mais de 70 docentes compareceram ao trabalho. Assim, o atendimento a cerca de 150 estudantes de sete turmas foi mantido - a escola tem mais de 700 alunos, ao todo.
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- É uma situação em que as famílias não ficam felizes e, depois, temos de recuperar os dias trabalhados para garantir os 200 dias letivos e 800 horas de aula. Mas respeitamos porque é um direito do professor de fazer a paralisação e, também, o seu trabalho - diz a diretora da escola, Estela Pedroso.
Na instituição, muitos estudantes nem chegaram a se deslocar até o prédio, já que a greve havia sido informada aos alunos e pais. Na escola Nossa Senhora de Fátima, também no Bom Jesus, o atendimento é parcial. Foi organizado um revezamento para que o menor número de estudantes fosse impactado: parte tem aula nesta quarta-feira, outra parcela na quinta.
A rede de ensino municipal de Porto Alegre engloba 98 escolas e 50 mil alunos. A Secretaria de Educação da cidade ainda não informou quantos foram impactados pelo movimento.
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Nos postos de saúde da Capital, o atendimento também sofre restrições parciais. Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Bom Jesus, um paciente que se deslocou até o local para medir a pressão saiu sem o serviço - mas a direção não prestou esclarecimentos. No Centro de Saúde IAPI, são afetados os atendimentos de pediatria e clínica geral. Vacinas estão sendo aplicadas normalmente. Já no Centro de Saúde Modelo e Postão da Vila Cruzeiro, não há impacto.
Às 10h30min, o vice-prefeito da Capital, Sebastião Melo, concede uma entrevista coletiva sobre a paralisação. Integrantes do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) se concentram em frente à prefeitura, na Avenida Siqueira Campos, no Centro. Eles protestam por reajuste salarial de 9,44%, referente a perdas salariais, mais pagamento da inflação integral e ganho real, totalizando 20%, e contra o atraso de progressões de carreira. A greve começou à meia-noite desta quarta-feira. Na sexta-feira, às 14h, a categoria tem marcada uma nova assembleia geral.
* Diário Gaúcho e Zero Hora