Está prevista para a manhã desta sexta-feira, às 10h30min, uma nova reunião entre prefeitura e municipários, que iniciaram uma greve na quarta-feira em Porto Alegre. O vice-prefeito Sebastião Melo afirma, entretanto, que a negociação só será retomada caso os grevistas não bloqueiem o acesso à sede do administrativo, como ocorreu nesta quinta-feira.
- Não dá pra negociar com os prédios obstruídos - destaca Melo.
Os grevistas, entretanto, ainda mobilizam uma manifestação junto à prefeitura a partir da manhã.
- Nós vamos ficar na frente. Se alguém quiser entrar, vai entrar - diz a diretora de Comunicação do Simpa, Carmen Padilha.
O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) pretende debater a pauta de reivindicações, especialmente no que diz respeito a uma alternativa ao projeto de lei que prevê que os benefícios acumulados do efeito cascata (a incidência de gratificações e vantagens umas sobre as outras, considerada irregular desde 1998) se transformem em abono. A Assembleia Geral da categoria ocorrerá às 14h, no Centro de Eventos do Parque Harmonia. Os servidores garantem que a greve segue na próxima semana se não houver nova proposta da prefeitura.
Os grevistas protestam por reajuste de 9,44%, referente a perdas salariais, mais pagamento da inflação integral e ganho real, totalizando 20%. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Fortunati também assegurou que a crise financeira impede a administração municipal de conceder reajuste nos salários acima de 8,17%.
Secretário de Administração diz que pagamento pode atrasar
O secretário de Administração, Elói Guimarães, afirma que, caso não seja liberada a entrada imediata dos funcionários no prédio administrativo, o pagamento dos salários de maio irá atrasar
"O fechamento da folha do mês de maio está previsto para esta sexta-feira, e, antes, é preciso que os setores de Recursos Humanos lancem os dados e façam conferência prévia para que a Secretaria de Administração possa efetivar os registros que são de sua competência. Após a rodagem da folha são feitos os ajustes finais para o envio dos arquivos bancários. A Caixa Federal, por sua vez, exige o prazo de 72 horas, no mínimo, para processar e liberar o pagamento na conta corrente dos servidores", afirma nota da Secretaria de Administração.
Integrantes da Associação dos Servidores da Fazenda consideram que a ameaça de atraso no pagamento é uma forma de a prefeitura pressionar pelo fim da greve. Junto aos demais funcionários públicos paralisados, eles disseram que não seria necessário utilizar o prédio administrativo para gerar a folha, que até já poderia estar com a Procempa.
* Zero Hora