Maria Luisa Lorscheitter fala sobre os mistérios da Ilha de Páscoa

Em bate-papo na Sala Leste do Santander Cultural na tarde desta terça-feira, Maria Luisa Lorscheitter contou um pouco mais sobre a Ilha de Páscoa. Mais do que um diário da viagem realizada pela pesquisadora e um roteiro do percurso, o público teve a oportunidade de conhecer mais sobre o relevante histórico da mística ilha localizada na Polinésia Central.

Maria Luisa contou mais sobre os moais, as famosas estátuas de pedra com forma humana da Ilha de Páscoa. Os moais foram confeccionados pelo povo da ilha no vulcão Rano Raraku, onde ainda hoje é possível encontrá-los nas paredes externas em várias fases ade confecção. Há alguns moais inteiros, ainda na pedra, que não foram retirados para o transporte, o que prova que os moais eram confeccionados lá e depois retirados.

Todos os moais eram transportados pelos nativos para outros locais após sua confecção. Como eram figuras religiosas, que acreditava-se que tinham poderes, eram posicionados de costas para o mar em altares voltados para o terreno do clã a quem deveriam proteger. O transporte era feito com troncos de árvores locais, que após serem cortados serviam de plataforma para que pudessem ser transportados.

Com 27m de altura, o Moai Te Tokanga é um dos mais impressionantes. O tamanho médio dos moais é entre 4 e 10 metros. O chapéu que todas as estátuas tinham na cabeça eram confeccionados em outro vulcão: o Puna Pai, que tem sedimento avermelhado.

Todos os moais da Ilha de Páscoa foram derrubados em um período em que começou a descrença nos ancestrais e no que os moais representavam, devido à fome, à falta de paz, entre outros problemas que acometeram os nativos no período. Eles foram derrubados propositalmente de bruços, para que ficassem deitados no chão e perdessem o poder que tinham no olhar. Esta decadência aconteceu entre 1600 e 1867 d.C.

Um dos destaques da Ilha é o Ahu Tongariti, altar com 15 moais que foram reerguidos há alguns anos na Ilha de Páscoa por uma empresa japonesa.

A ilha foi descoberta em abril de 1722 por um holandês. Em 1888 foi incorporada ao Chile após uma disputa diplomática. Em 1935 foi criado o Parque Nacional Rapa Nui, que em 1995 foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Hoje a ilha de 176 km² tem cerca de 4 mil habitantes.