
Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) comunicou a ele que não pretende assumir nenhum ministério. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também participou da reunião, que ocorreu no sábado (15), no Palácio do Planalto.
Pacheco disse que pretende focar, nos próximos meses, em seu mandato no Senado, e se esforçar para fazer com que algumas propostas avancem na casa. Ele declarou, ainda, que será um apoiador do governo no Senado e que pretende ajudar o planalto.
Esse, porém, não foi o único motivo que fez o senador dizer que não pretende assumir um ministério.
Pacheco gostaria de ocupar ou o Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços ou o da Justiça. O primeiro é ocupado por Geraldo Alckmin. O segundo, por Ricardo Lewandowski. Os dois deram indicativos, nos bastidores, de que não pretendiam abrir mão de suas pastas. Lula também não fez movimentos claros para trocar nenhum dos dois ministros.
O entorno do senador vinha dizendo, desde que começaram as especulações sobre eventual entrada dele em algum ministério, que não apoiaria a saída de um ministro para que Pacheco assumisse o cargo, entendendo que essa seria uma função do presidente da República.
Uma possível troca de Alckmin ou de Lewandowski foi vista como uma saída traumática e, por isso, o ex-presidente do Senado decidiu comunicar o presidente sobre sua decisão.
Indefinição
A escolha de não assumir nenhum ministério não surpreendeu aliados do senador. Desde o ano passado, Pacheco adotou uma posição dúbia sobre o caso, seja afirmando, em encontro com amigos, que não pretendia assumir nenhum ministério, seja indicando a outros aliados que gostaria de assumir o Ministério do Desenvolvimento ou o Ministério da Justiça.
Pacheco passou algumas semanas nos Estados Unidos após deixar a presidência do Senado, no início de fevereiro. Petistas fizeram alguns gestos no sentido de aproximá-lo do governo federal e garantir a ele um ministério. Alguns chegaram a dar como certa sua ida para o governo.
Em janeiro, Lula admitiu desejo de lançar Pacheco como governador de Minas Gerais em 2026. Porém, na avaliação do Palácio do Planalto, se Pacheco não assumir um ministério com capilaridade, a exemplo do de Desenvolvimento, é difícil para o senador conseguir cacifar um nome para o próximo pleito eleitoral.
De olho nesse objetivo, na avaliação de ministros, é melhor para Pacheco se concentrar em continuar com agendas de parlamentar no Estado do que se tornar ministro e, assim, ter que dividir sua agenda com o governo federal.