
Em meio a especulações sobre uma possível troca no comando do Ministério da Saúde, a ministra Nísia Trindade afirmou nesta sexta-feira (21) que não deixará o cargo. A chefe da Pasta disse que continua "firme" com o trabalho e relativizou mudanças no governo.
— Continuo com a minha agenda, continuo com o meu trabalho. O presidente Lula afirmou na reunião com Portugal que ele não está colocando reforma ministerial na mesa, mas em qualquer momento, como é natural nos governos, ele poderá fazer substituições. Continuo firme porque trabalho dentro do projeto apresentado pelo presidente Lula — afirmou a ministra em entrevista à emissora de rádio CBN Maringá.
A ministra da Saúde teceu elogios ao presidente Lula, disse que atua sob a liderança dele e que pretende aprofundar os trabalhos no comando da pasta.
— Ele, que felizmente foi eleito pela nossa população e que está conduzindo todo o esforço, não só no caso da saúde, de reconstruir o SUS, mas de trazer inovações, de trazer mais saúde para a população brasileira, e meu projeto naturalmente é, com a liderança dele, aprofundar esse trabalho — afirmou a ministra.
Reforma
A saída de Nísia do comando do ministério é dada como certa no Palácio do Planalto, e alas do PT já disputam a sua cadeira, como mostrou o Estadão. Até o momento, o nome mais cotado para assumir o controle de um orçamento de R$ 239,7 bilhões é o atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que já comandou a Pasta durante o governo Dilma Rousseff.
Aliados de Lula relatam a insatisfação do presidente com o desempenho de Nísia. No ano passado, a gestão da ministra foi marcada por críticas e pressão do centrão relacionada ao orçamento da pasta. De acordo com a avaliação do Palácio do Planalto, em um momento de queda de popularidade do presidente, o Ministério da Saúde tem um grande potencial de apresentar políticas públicas de maior visibilidade.
Durante conversa para discutir nomes para substituir Nísia, Lula apresentou preferência pelo também ex-ministro da Saúde Arthur Chioro. No entanto, segundo relatos, o presidente deve optar por Padilha por questões políticas e pela relação do ministro com os integrantes da pasta.
Quem é Nísia Trindade
A ministra foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Ela assumiu o Ministério da Saúde no início do terceiro governo Lula, em 2023.
Nísia é socióloga, gestora pública e professora de História das Ciências e da Saúde na Casa de Oswaldo Cruz, na Fiocruz, e de Sociologia, no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).