
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (20), em entrevista à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, que o governo não consegue controlar os preços dos alimentos "do dia para a noite", mas que está atuado para tentar reduzir o preço dos alimentos no Brasil.
Lula foi questionado especificamente sobre o preço do ovo e do café, mas disse que o governo quer "baixar os preços de todos os alimentos".
O presidente disse ainda que o Brasil "virou quase um supermercado do mundo" e que o fato de os empresários estarem exportando seus produtos não pode significar um aumento dos preços no país.
— Vamos ter que fazer uma reunião com os atacadistas para saber como podemos trazer isso para baixo. O fato de estar vendendo produto em dólar, que está alto, não significa que tem que colocar no preço do brasileiro o mesmo preço que exporta. Da mesma forma o óleo, a carne — afirmou.
Ele concluiu dizendo que o preço da carne vai cair e que o povo "vai voltar a comer sua picanha, costela ou o pedaço de carne que quiser".
Lula alegou que as condições climáticas no último ano foram desfavoráveis, com muitas chuvas, secas e queimadas.
— A gente vem de momentos muito cruciais, muito sol, o maior calor da história, muito fogo e muita chuva. Tudo isso tem interferência nos preços. Tivemos greve (gripe) aviária nos Estados Unidos e outros países, e os EUA viraram importador de ovo brasileiro. Quando você tem momentos como esse que estamos vivendo, não consegue controlar do dia para a noite. Mas pode ter certeza de que vamos trazer o preço para baixo — declarou.
Crescimento da economia
Lula voltou a repetir que a economia brasileira vai crescer 3,8%, contrariando a previsão de especialistas do mercado financeiro. Disse, ainda, que a inflação está "razoavelmente controlada" e que o Brasil teve déficit fiscal "quase zero" no ano passado.
— Todo mundo achava que ia ser uma desgraça, que a economia não ia crescer. A economia cresceu o triplo do que os especialistas previam. Em 2024, vai para 3,8%. Em 2025 e 2026, vai continuar crescendo, e o crescimento vai ser repassado aos trabalhadores com aumento do salário mínimo — declarou.