
Réu por homicídio duplamente qualificado pelo morte de Marcelo Arruda, em junho de 2022, o ex-policial penal Jorge Guaranho vai a júri nesta terça-feira (11), em Curitiba, no Paraná.
Ele é acusado de matar Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partidos dos Trabalhadores (PT), a tiros, durante a festa de aniversário da vítima, que tinha como temática a sigla.
A sessão no Tribunal do Júri de Curitiba tem início previsto para as 10h. Conforme o g1, a juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, magistrada da Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central de Curitiba, vai presidir o júri.
O julgamento, que deve ouvir 10 testemunhas, ocorre cerca de dois anos e meio após o crime, depois de passar por diversos adiamentos. O caso começou a ser julgado em 4 de abril de 2024, mas foi suspenso após a defesa de Guaranho descumprir pedidos do juiz para abandonar o plenário. A nova data estabelecida foi em 2 de maio do ano passado, mas o julgamento foi novamente suspenso em 26 de abril.
Na ocasião, um pedido da defesa do réu solicitando a mudança do local do júri — de Foz do Iguaçu, local do crime, para Curitiba — foi aceito, sob alegação de risco de parcialidade dos jurados.
Relembre o caso
Marcelo Arruda era tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu. Em 9 de julho de 2022, comemorava o seu aniversário de 50 anos na sede de um clube associativo. A festa estava decorada com símbolos petistas.
Sem ser convidado, Guaranho, apoiador do então presidente Jair Bolsonaro (PL), chegou ao local da festa em um carro branco, acompanhado de uma mulher com uma criança no colo. Ao descer do veículo, se dirigiu aos presentes dizendo aos gritos: "Aqui é Bolsonaro".
O ex-agente penal entrou no salão portando uma pistola calibre 40 e começou uma discussão por motivos políticos. Guaranho e Arruda se desentenderam, e o agente penitenciário deixou o local.
Em fevereiro de 2024, a Advocacia-Geral da União (AGU) chegou a um acordo para pagar uma indenização de R$ 1,7 milhão à companheira e aos quatro filhos de Arruda. Em março, o Ministério da Justiça, sob o comando de Ricardo Lewandowski, concluiu a sindicância disciplinar instalada na época do crime para apurar a conduta de Guaranho, que era agente penal federal. A sindicância concluiu pela sua demissão do serviço público.