A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou quatro denunciadas contra Leonardo Rodrigues de Jesus, primo dos três filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro.
Segundo o g1, Leo Índio, como é conhecido, foi denunciado por:
- Associação criminosa
- Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima
- Deterioração de patrimônio tombado
Jesus foi um dos alvos da 19ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal para identificar pessoas que participaram de ações antidemocráticas no 8 de Janeiro. Naquele dia, Leo Índio compartilhou nas redes sociais fotos e vídeos em cima do prédio do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Quem tem histórico de destruir patrimônio público é a esquerda. Focarão no vandalismo, certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogênio disparado pelas forças de segurança, que não focaram nos focos de destruição, jogaram em todos os manifestantes. Busquem os verdadeiros vândalos e também os covardes mascarados e fantasiados de patriotas", escreveu, na ocasião, no Instagram.
Trajetória de Leo Índio
Leonardo Rodrigues de Jesus é sobrinho de Rogéria Nantes Braga, primeira mulher de Bolsonaro e mãe de Flávio, Eduardo e Carlos.
Durante a campanha presidencial de 2018, que culminou na eleição de Bolsonaro, Leo era visto com frequência em vídeos gravados pelo então candidato à Presidência. No início do governo, Leo Índio ia ao Palácio do Planalto com regularidade. Ele chegou a ir 58 vezes nos primeiros 45 dias da gestão Bolsonaro.
Entre 2019 e 2020, ele foi nomeado assessor parlamentar do senador Chico Rodrigues (União-RR). Leo Índio acabou pedindo exoneração após o parlamentar ter sido flagrado com R$ 30 mil na cueca. Na ocasião, de acordo com investigação da Polícia Federal, o dinheiro era proveniente de desvio de recursos da Saúde durante a pandemia.
Em 2021, o primo dos filhos do ex-presidente foi nomeado auxiliar administrativo júnior na liderança do PL no Senado. Ele foi exonerado por ficar um longo período sem aparecer para trabalhar.
Leo Índio concorreu pelo PL nas eleições para a Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, no entanto, não foi eleito. Ele fez 1.801 votos. Na ocasião, o primo dos filhos de Bolsonaro, que não tem o sobrenome do ex-presidente, apresentava-se como o "Leo Bolsonaro".