O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, neste sábado (18), manter qualquer contato com o dirigente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. O esclarecimento ocorreu após o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), sugerir em entrevista que os dois “conversam bastante”.
A fala de Mello gerou repercussão, uma vez que tanto Bolsonaro quanto Costa Neto estão sendo investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito de investigações relacionadas a um suposto golpe de Estado, o que impede o contato entre eles.
Em entrevista coletiva no Aeroporto Internacional de Brasília, conforme O Globo, Bolsonaro afirmou que a declaração de Jorginho Mello foi um “ato falho” e uma “escorregada”.
— Jorginho Mello deu uma escorregada. Na mesma entrevista, ele disse que lamenta eu não falar com Valdemar e diz que eu tenho falado muito com Valdemar. Não é verdade, foi um ato falho dele.
Entrevista
Jorginho Mello havia falado sobre a relação de Bolsonaro com Valdemar Costa Neto em uma entrevista à Jovem Pan, na qual também mencionou que o dirigente do PL "está amargurado" com a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que proibiu o contato entre Bolsonaro e Valdemar.
O governador relatou que, apesar da proibição judicial, ambos continuam mantendo uma certa distância física.
— Ele (Valdemar) está amargurado agora porque o ministro Alexandre proibiu eles de conversarem. Tem o diretório nacional de Brasília e, quando o Bolsonaro está no escritório, ele fica lá no outro lado, em uma outra praça, a mais de 200 metros, para não conversarem — afirmou Mello.
Posicionamento do governo de Santa Catarina
Após a repercussão da fala, o governo de Santa Catarina se posicionou, esclarecendo que Jorginho Mello se referia ao período anterior, quando Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro trabalharam juntos na construção do PL.
A nota ressaltou ainda que, apesar da decisão judicial, ambos os políticos seguem cumprindo a determinação, embora a considerem "injusta".
— Não é preciso muito esforço para perceber que Jorginho se referia ao período em que ambos construíram juntos, Valdemar e Bolsonaro, o partido mais sólido do Brasil, com os resultados históricos do PL nas eleições de 2022 — afirmou o comunicado da gestão catarinense.
Depoimento à Polícia Federal
Em meio à repercussão das declarações, o governador Jorginho Mello agora terá que prestar depoimento à Polícia Federal (PF) para esclarecer suas palavras.
A determinação partiu do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que solicitou que o depoimento seja realizado no prazo de 15 dias. A medida visa apurar as declarações feitas pelo governador durante a entrevista.