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O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
A decisão do PSDB de partir para uma união com o Podemos e o pequeno Solidariedade facilita o caminho para que o governador Eduardo Leite consiga disputar a Presidência da República em 2026. Na sexta-feira, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou ao jornal O Globo que acordo deve ser fechado em até dois meses e descartou as hipóteses de fusão com o PSD ou com o MDB, que vinham sendo negociadas.
Com tamanho semelhante em termos de fundo eleitoral e tempo de propaganda, Podemos e PSDB ganhariam maior tração para sustentar uma candidatura alternativa à polarização. Para isso, será preciso definir qual o formato do casamento —se por fusão, federação ou incorporação — e resolver impasses em Estados onde ainda há dissenso, como Minas Gerais e Goiás.
Dirigentes do Podemos lembram que a presidente nacional, Renata Abreu, já convidou Leite a disputar a Presidência por seu partido em 2022 e garantem que ela permanece entusiasmada com a hipótese de lançar o governador ao Planalto. Outro trunfo na negociação é o fato de que, como os partidos têm tamanho semelhante, o comando poderia ser dividido entre os dois grupos.
Se a opção fosse pelo PSD, os tucanos chegariam em tamanho menor e estariam sujeitos às decisões de Gilberto Kassab, que tem alianças tanto com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) quanto com o presidente Lula (PT). Além disso, Leite enfrentaria a concorrência interna do governador do Paraná, Ratinho Júnior, que se movimenta para concorrer a presidente e é estimulado por Kassab.
No caso do MDB, a presença do partido no governo Lula, inclusive com rumores de que teria interesse em indicar o vice do petista em 2026, e as disparidades regionais seriam desestimulantes para um projeto nacional.
Mesmo com o caminho facilitado, o desafio de Leite seria atrair outras legendas para formar uma coligação mais robusta e obter apoio regionais para sustentar a candidatura.