
O último dia de Rio Open foi de balanço do evento por parte do diretor do torneio, Luiz Carvalho. Em entrevista coletiva, antes da final entre o francês Alexandre Müller e o argentino Sebastián Báez, ele abordou um tema muito debatido nos últimos dias: a mudança de piso de saibro para quadra dura a fim de adequar ao calendário e trazer mais jogadores do top 20 do ranking mundial.
— Acredito muito que seria abrir um caminho (mudança de piso) para trazer mais jogadores, teríamos mais opções. O saibro é um fator que dificulta bastante para nós trazermos os principais jogadores. Eles estão cada vez mais profissionais e começar na Austrália, vir para o saibro e voltar para o piso duro é algo que os jogadores fazem menos — disse Carvalho, lembrando a sequência do calendário e ressaltando que este fato era mais comum em décadas anteriores, quando era comum trocar de um piso para outro a cada semana.
Luiz Carvalho também ressaltou suas críticas ao calendário da ATP.
— Eu sou muito crítico em relação ao calendário. O tênis sul-americano não perderia se os torneios fossem para a quadra dura. Existe uma narrativa de que temos história (no saibro), do Guga (Kuerten), do (Marcelo) Ríos, no saibro. Hoje em dia os latino-americanos são de quadra dura. O João Fonseca é um jogador de quadra dura. Não tem mais essa distinção, até porque os pisos estão mais semelhantes. A quadra dura ofereceria um cartel maior de opções para trazermos. Isso seria bom para o evento. Nós vamos seguir buscando isso. Sabemos que envolve vários fatores, mas vamos continuar tentando.
Atualmente o calendário do tênis prevê todos os primeiros torneios do ano, até o final de março, em quadra dura, com exceção dos jogados em Buenos Aires, Rio de Janeiro e Santiago.