A Operação Contragolpe, que prendeu quatro militares e um policial federal na manhã desta terça-feira (19), revelou os codinomes que seriam usados para identificar os alvos no suposto plano golpista, intitulado "Punhal Verde e Amarelo".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) eram tratados como "Jeca" e "Joca".
Em algum momento, um "Juca" também foi usado em conversas. O codinome ainda não foi identificado, mas, para os investigadores, ele se refere ao atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que na época era senador eleito pelo Maranhão e futuro ministro da Justiça. "Juca" era referido pelo grupo como "eminência parda do 01 e das lideranças do futuro gov".
Já o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes recebeu o codinome "Professora".
Os investigados também possuíam codinomes para evitar que fossem identificados, baseados nos países que participaram na Copa do Mundo daquele ano. Em um grupo criado no aplicativo Signal, eles se referiam uns aos outros como Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana, para discutir e detalhar os planos do golpe e assassinato dos alvos.
Em alguns casos, eles usavam mais de um codinome para a mesma pessoa. Rafael Martins de Oliveira, um dos "kids pretos", usou o codinome "Diogo Bast" e "Japão".
Segundo a PF, o plano previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes no dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Operação Contragolpe
Na manhã desta terça-feira (19), a Polícia Federal prendeu cinco pessoas na Operação Contragolpe, suspeitas de planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e "restringir o livre exercício do Poder Judiciário".
Cinco ordens de prisão foram emitidas, acompanhadas por três autorizações para busca e apreensão, além de 15 medidas restritivas alternativas à prisão. Entre as medidas, estão o veto à comunicação com outros envolvidos, a proibição de deixar o país (com a necessidade de entregar os passaportes em até 24 horas) e o afastamento de funções públicas. As ações são realizadas com o apoio do Exército Brasileiro, abrangendo Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
Os detalhes do plano constam da representação da Polícia Federal pela prisão do general reformado do Exército Mário Fernandes; dos "kids pretos" Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo; e do policial federal Wladimir Matos Soares. Todos foram capturados na manhã desta terça, por ordem do ministro Alexandre de Moraes.