Se a pluralidade de ideias é necessária em uma democracia, é inegável que o Brasil, há algum tempo, cruzou o limite dos dissensos saudáveis e permitiu um cenário em que a intolerância ao contraditório é a regra. Lançado em 2023, o livro Biografia do Abismo – Como a Polarização Divide Famílias, Desafia Empresas e Compromete o Futuro do Brasil analisa as repercussões desse fenômeno, que transbordam para todas as instâncias da sociedade, dos ambientes familiares às salas de aula. O cientista político Felipe Nunes que divide a autoria com Thomas Traumann, fala com propriedade. À frente da Quaest, coordena pesquisas eleitorais e estudos sobre temas como fake news há vários anos. Nesta entrevista, Nunes, que tem 40 anos, sustenta que a calcificação das posições é alimentada pelos atuais protagonistas da política nacional e debilita a democracia, à medida que inviabiliza o diálogo entre quem pensa diferente e estimula a violência. Sobre o futuro, entende que há saída para a radicalização, mas alerta: levará tempo e não será fácil.
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Felipe Nunes, CEO da Quaest: "O mais importante da democracia é saber perder"
Coautor de "Biografia do Abismo", livro sobre a polarização no Brasil, o cientista político explica como as rejeições e os afetos dão as cartas na política brasileira atual
Pedro Garcia
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