O presidente americano em fim de mandato, Joe Biden, concedeu nesta segunda-feira (20) indultos preventivos a congressistas e funcionários para protegê-los de "processos judiciais injustificados e politicamente motivados" horas antes da posse de seu sucessor, Donald Trump, que prometeu "se vingar" de seus adversários.
O democrata, de 82 anos, decidiu conceder essa proteção a personalidades que os apoiadores de Trump consideram inimigas, de acordo com um comunicado.
Elas incluem o ex-presidente do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, e o ex-arquiteto de estratégia de combate à covid-19, Anthony Fauci, assim como membros do Congresso e funcionários que serviram em uma comissão de investigação sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, além de policiais que testemunharam perante esta comissão.
"Acredito no Estado de Direito e estou otimista de que a força de nossas instituições jurídicas acabará prevalecendo sobre a política. Mas essas são circunstâncias excepcionais, e não posso, em sã consciência, não fazer nada", disse Biden.
"Investigações infundadas e politicamente motivadas causam estragos na vida, na segurança e na solvência financeira dos investigados e de suas famílias. Mesmo quando as pessoas não fizeram nada de errado - e de fato fizeram a coisa certa - e eventualmente serão exoneradas, o simples fato de serem investigadas ou processadas pode prejudicar irreparavelmente sua reputação e suas finanças", acrescentou.
"É alarmante que funcionários públicos tenham sido submetidos a ameaças e intimidações contínuas por cumprirem fielmente seus deveres", escreveu o democrata, que passará o bastão para Trump ao meio-dia (horário de Washington).
Joe Biden também decidiu recentemente conceder o indulto ao seu filho Hunter, que tem problemas com a lei e é um alvo favorito da direita radical americana.
O presidente democrata deve receber Trump e sua esposa pela manhã para uma reunião de cortesia na Casa Branca e, em seguida, respeitando escrupulosamente todos os costumes de uma transferência pacífica de poder, comparecerá à posse de Donald Trump no interior do Capitólio.
Quatro anos atrás, o bilionário republicano, enfurecido pela derrota, recusou-se a recebê-lo na Casa Branca e não compareceu à sua posse.
* AFP