O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (relator dos processos relativos aos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, que culminaram em depredação de prédios públicos em Brasília) votou por condenar mais seis acusados de envolvimento no episódio. O julgamento, que ocorre de forma virtual, começou nesta sexta-feira (6) e vai até 13 de outubro - a menos que algum ministro peça destaque e leve o caso para o plenário presencial, a exemplo do que fez André Mendonça em referência a duas mulheres acusadas de participar da baderna e da conspiração para depor o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As duas ainda não foram julgadas.
Os casos em análise, agora, são de Fátima Aparecida Pleti (Bauru-SP), Reginaldo Carlos Begiato Garcia (Limeira-SP), Jorge Ferreira (Vale do Ribeira-SP), Cláudio Augusto Felipe (São Paulo-SP), Jaqueline Freitas Gimenez (Juiz de Fora-MG), Edineia Paes da Silva dos Santos (Americana-SP) e Marcelo Lopes do Carmo (Goiânia-GO). Eles são acusados de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Saiba mais dos réus que devem ser julgados até 13 de outubro:
Fátima Aparecida Pleti - moradora de Bauru (SP), Fátima teve liberdade condicional concedida pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, em agosto. Ela responde pelos crimes mais graves dos atos de 8 de janeiro. É acusada pela PGR de organizar um ônibus de Bauru a Brasília no dia dos ataques. Ela foi presa na ocasião e liberada, mediante uso de tornozeleira. Moraes ainda não votou em relação a ela.
Reginaldo Carlos Begiato - morador de Jaguariúna, na região de Campinas (SP), Reginaldo Begiato, 55 anos, foi preso após a invasão ao prédio do Congresso Nacional. Ele é acusado de fazer parte de um grupo que depredou instalações, quebrou janelas, móveis, computadores e danificou circuitos do local. O relator Moraes pede que Begiato seja condenado a 17 anos de prisão.
Jorge Ferreira - morador do Vale do Ribeira (SP), Jorge Ferreira, 59 anos, é acusado pela PGR de fazer parte do grupo que invadiu o Palácio do Planalto, quebrou vidros, depredou cadeiras, paneis, mesas, obras de arte e móveis históricos, incluindo relógio trazido para o Brasil por D. João VI. O réu foi preso em flagrante pela Polícia Militar do Distrito Federal no interior do Palácio do Planalto, no instante em que ocorriam as depredações. O acusado faz parte de movimento ruralista de SP. O ministro Moraes votou por condenar Ferreira a 14 anos de prisão.
Claudio Augusto Felippe - paulistano, Claudio Augusto Felippe, 59 anos, foi preso também no momento em que depredava o interior do prédio do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro. Ele estava em um grupo que gritava "fora Lula", "presidente ladrão", "presidiário", segundo a PGR. Ele é policial militar aposentado, no posto de segundo sargento. Moraes votou por condenar Felippe a 17 anos de prisão.
Jaqueline Freitas Gimenez - natural de Juiz de Fora (MG), Jaqueline Gimenez, 40 anos, foi presa pela Polícia Militar do DF, em 8 de janeiro, no interior do Palácio do Planalto. Segundo a acusação, ela fazia parte do grupo que depredou instalações, quebrou janelas, móveis, computadores e danificou circuitos do local. Ela alega que se dirigiu ao Palácio do Planalto para participar de manifestação pacífica. Moraes votou por condenar Jaqueline a 17 anos de prisão.
Edineia Paes da Silva Santos - moradora de Americana (SP), Edineia Paes, 38 anos, foi presa no interior do Palácio do Planalto. Ela relata, em sua defesa, ser faxineira e ter ido ao ato para manifestação pacífica. Disse ter se escondido em uma espécie de fosso após perceber que bombas teriam sido lançadas no Palácio do Planalto. A acusação, no entanto, é de que ela integrou o núcleo dos executores materiais dos crimes e a acusa das ocorrências mais graves. A PGR ainda alegou na denúncia o perigo do estado de liberdade de Edinéia e pede prisão preventiva da ré. Moraes votou por condenar Edineia a 17 anos de prisão.
Marcelo Lopes do Carmo - morador de Aparecida de Goiânia (GO), Marcelo Lopes do Carmo, 39 anos, foi preso em flagrante pela PM do Distrito Federal, no interior do Palácio do Planalto. Ele é acusado pelos crimes mais graves, que podem levar a 30 anos de prisão. Moraes votou por condenar o réu a 17 anos de prisão.
Além desses réus, o STF também marcou o julgamento de mais oito acusados pelos distúrbios, a partir de 13 de outubro. São eles: Cibele da Piedade Ribeiro da Costa Mateos e Fernando Plácido Feitosa ( de São Paulo), Charles Rodrigues dos Santos (de Serra-ES), Felipe Feres Nassau (de Brasília-DF), Fernando Kevin da Silva de Oliveira Marinho (de Nova Iguaçu-RJ), Gilberto Ackermann (de Balneário Camboriú-SC) e Raquel de Souza Lopes (Joinville-SC), e Orlando Ribeiro Júnior (de Londrina-PR).