O coordenador dos grupos técnicos da transição de governo, ex-ministro Aloizio Mercadante, garantiu nesta sexta-feira (18) que o futuro ministro da Defesa será um civil. O atual chefe da Pasta é um militar.
— O presidente (eleito Luiz Inácio Lula da Silva) já disse isso publicamente, que o ministro da Defesa será um civil. Foi no governo dele e será — disse no Centro Cultural Banco do Brasil, antes de participar de uma reunião com a equipe de transição.
O Ministério da Defesa, desde que foi criado, em 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi chefiado por civis. Até que, no governo de Michel Temer, foi nomeado pela primeira vez um militar: o general da reserva do Exército Joaquim Silva e Luna. Já no governo de Jair Bolsonaro (PL), três militares comandaram a pasta. Ocuparam o cargo os generais Fernando Azevedo e Silva, Walter Braga Netto - que saiu do posto para concorrer à vice-presidência - e o atual ministro Paulo Sérgio Nogueira.
Mercadante, ao ser questionado sobre o grupo técnico da Defesa, reiterou que o gabinete de transição aguarda pelo retorno do presidente eleito de viagem ao Exterior para anunciar os integrantes. Lula participou da Cúpula do Clima (COP27) no Egito e tem agenda nesta sexta em Portugal.
Tema sensível, entre os 31 grupos técnicos definidos na estrutura da transição, o único que ainda não foi criado nem teve indicação de integrantes é o da área que comanda as Forças Armadas. A estimativa é pela inclusão de pelo menos um representante militar.
— Vocês vão ter uma bela surpresa, o grupo está muito bem construído. Na segunda-feira, estará resolvido — completou.
Por parte do governo Bolsonaro, o interlocutor nos trabalhos de transição será o secretário-geral do Ministério da Defesa e general do Exército Sergio José Pereira.