Assim como professores e policiais militares, não foi diferente o descontentamento dos policiais civis que ouviram nesta quinta-feira (10) do governador Eduardo Leite as propostas de alterações nas carreiras dos servidores públicos. O semblante dos representantes das quatro entidades que representam a categoria na saída do amplo auditório, no Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre, era de abatimento e chateação. A sensação era de que o governador apresentou as ideias, sem muita boa vontade de receber sugestões que possam mudar o que está posto.
Para o presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz, o temor é que os cortes anunciados reflitam na população.
— Quando começam a acontecer esses cortes na segurança pública, o reflexo vem na na insegurança pública na rua — disse Ortiz, rodeado de colegas que também participaram da reunião e saíram insatisfeitos.
Para ele, pela apresentação, a possibilidade de mudanças é incerta.
— O que nós vimos aqui é um pacote fechado. E nós queremos dialogar, queremos avançar. Tem muita coisa aí (na proposta) que tem que mudar — concluiu, ao lembrar que o governo ficou de enviar a minuta do projeto à categoria na segunda-feira (14).
A reação do presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil (Asdep), delegado Wilson Muller, não foi diferente. Para ele, o impacto maior para a categoria será o aumento das alíquotas previdenciárias.
— Era 7%, passou para oito, está em 14 e vai pra 16% - reclamou o delegado, ao ressaltar que “não houve discussão, houve apresentação de uma proposta.
O governador Eduardo Leite está reunido com representantes dos agentes penitenciários. Mais cedo, se reuniu com entidades ligadas à Brigada Militar.
Na segunda-feira, Eduardo Leite se reúne com os chefes do Tribunal de Justiça e da Assembleia Legislativa, além de representantes do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado e da Defensoria Pública.