O coordenador da Lava-Jato no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, usou as redes sociais para criticar a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, que na segunda-feira (3) cassou determinação do juiz Sergio Moro de obrigar o ex-ministro José Dirceu a usar tornozeleira eletrônica. Em sua conta no Twitter, Dallagnol afirma que Toffoli beneficiou seu "ex-chefe".
Na avaliação de Toffoli, ao impor o uso de tornozeleira a Dirceu, Moro agiu em "claro descumprimento" de decisão da 2º Turma do STF, que na semana passada colocou o petista em liberdade até a conclusão do julgamento de uma ação.
Em tuíte publicado na noite de segunda-feira (2), Dallagnol disse, em contraponto, que a "2ª Turma suspendeu pena contra decisão do STF que permite prisão em 2ª instância. Naturalmente, cautelares (tornozeleiras) voltavam a valer. Agora, Toffoli cancela cautelares de seu ex-chefe".
José Dirceu foi ministro da Casa Civil no governo Lula, e Dias Toffoli foi advogado das campanhas do PT e Advogado Geral da União de 2007 a 2009, antes de ser indicado ao STF.
Dirceu cumpria pena de 30 anos de prisão desde 18 de maio, após determinação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), e saiu da prisão no último dia 27. Ele foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo Moro, "a reativação das medidas cautelares se impõe diante da suspensão da execução provisória e restabelecimento do status quo anterior".