Em acordo de delação premiada, o empresário Joesley Batista afirmou à Procuradoria Geral da República que, durante dois anos, pagou R$ 50 mil por mês ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) por meio de uma rádio em que ele era sócio. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo o empresário, o senador fez o pedido dos pagamentos pessoalmente em um encontro no Rio de Janeiro, alegando que usaria o valor para "custeio mensal de suas despesas". Nas notas fiscais apresentadas por Joesley, emitidas entre 2015 e 2017 pela Rádio Arco Íris, consta como justificativa a prestação de "serviço de publicidade".
Entretanto, no relato do empresário aos procuradores, ele afirma não saber se algum serviço foi de fato prestado à rádio, e reforçou que o objetivo dos repasses era manter um bom relacionamento com o senador. Pela soma das notas fiscais, a JBS pagou à rádio R$ 864 mil.
Em resposta à acusação, o advogado de Aécio Neves, Alberto Toron, afirmou por meio de nota que Joesley se aproveita de uma "relação comercial lícita" para "forjar mais um falsa acusação".