O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (30), não ter "nenhuma razão" para achar que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atue com alguma forma de perseguição contra políticos em recentes denúncias. Na terça-feira (29), Janot foi alvo de críticas indiretas do presidente Michel Temer (PMDB), que deve ser alvo de uma nova denúncia do procurador, e foi diretamente atacado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL), contra os quais fez uma série de denúncias.
– Não tem nenhuma razão para achar que isso ocorra. É preciso verificar o processo e analisar e, em principio, não (há perseguição) – disse Alckmin após cerimônia de entrega de veículos à Polícia Militar em Ribeirão Preto (SP).
Sobre a nova denúncia de Janot contra Temer, o governador paulista desconversou:
– Não há qualquer informação e vamos aguardar – completou.
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Defensor que o PSDB apoie as reformas que tramitam no Congresso independentemente do apoio formal ao governo Temer, Alckmin admitiu que a da Previdência corre o risco de ser aprovada apenas parcialmente, diante da base frágil para a provação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
– A reforma a Previdência depende de quórum alto, mas é possível aprovar ao menos uma parte.
Para o governador paulista, a reforma mais urgente é a política, visando as eleições de 2018. Ele defendeu a aprovação da cláusula de barreira para frear o aumento de partidos políticos, o voto distrital, ou distrital misto, e limites para tornar a campanha mais barata.
– Hoje tem uma notícia de que deve ser autorizada a criação do 36º partido político. É inadmissível. Tem de aprovar (a reforma política) e nós defendemos as cláusulas de desempenho e barreira para ter menos partido, voto distrital ou distrital misto e campanha barata, sem gravações externas para acabar com a "marquetagem" – disse.
Alckmin afirmou também que o relacionamento com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) "é muito bom, assim como com todos os prefeitos do Estado de São Paulo". Da mesma forma que o governador, Doria é um dos pré-candidatos tucanos à presidência da República em 2018.
O governador afirmou não estar em uma pré-campanha para presidente, disse "trabalhar para ajudar o país a sair da crise" e negou que Doria tenha sido preterido em um jantar realizado com prefeitos do ABC paulista, na segunda-feira (28).
– A reunião foi só com prefeitos do ABC, eles têm consórcio com oito municípios. O João Doria, eu estive com ele no domingo tomando um café, então a reunião foi só com o ABC – destacou Alckmin.