Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado federal do PMDB e ex-assessor do presidente Michel Temer, permaneceu em silêncio durante interrogatório pela Polícia Federal (PF). O advogado dele, Cezar Bitencourt, já havia antecipado a Zero Hora que ele não falaria em depoimento.
Loures está preso há uma semana, suspeito de receptar R$ 500 mil em propina que seria destinada ao presidente pela JBS, multinacional de beneficiamento de carnes. O suposto suborno seria a primeira parcela de um total de R$ 480 milhões a ser paga ao longo de 20 anos, pela ajuda presidencial ao grupo empresarial. Quem diz isso é o dono da JBS, Joesley Batista, em colaboração premiada aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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Loures estava recolhido no Presídio da Papuda, no Distrito Federal, e foi transferido nesta sexta-feira (9) para depoimento na superintendência da PF em Brasília. O defensor dele, Cezar Bitencourt, é conhecido por repudiar as delações premiadas e diz que essa medida seria adotada "em último caso" – mas que não cogita da colaboração, até porque seu cliente "está firme e forte".
A preocupação de Loures é com a mulher, grávida de oito meses, mas Bitencourt assegura que ela tampouco pressiona o marido a fazer delação premiada.
– Ela é uma fortaleza – resume o advogado.
O objetivo dos policiais era ouvir de Loures o que eram os R$ 500 mil, o que seriam feitos com ele, quem repassou e qual a suposta relação do presidente Michel Temer com esse dinheiro.
Loures, suplente que tinha chegado ao cargo de deputado federal na vaga de Osmar Serraglio (PMDB), perdeu o mandado (e o foro privilegiado) quando Serraglio deixou o ministério e voltou para a Câmara Federal, dias atrás.