Impedido de sair do país, o ex-presidente Jair Bolsonaro esteve no aeroporto de Brasília neste sábado (18) para acompanhar a esposa, Michelle Bolsonaro, que embarca para Washington para participar da cerimônia de posse de Donald Trump, na segunda-feira (20).
Bolsonaro chorou e disse que está "chateado e abalado" por não poder comparecer ao evento. O passaporte do ex-presidente foi retido em investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, e o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o pedido para devolvê-lo. As informações são do jornal O Globo.
— Obviamente seria muito bom a minha ida lá. O presidente Trump gostaria muito, tanto é que ele me convidou. Estou chateado, abalado ainda, mas eu enfrento uma enorme perseguição política por parte de uma pessoa.
O ex-presidente ainda disse que se sente um "preso político", apesar de não usar tornozeleira eletrônica.
— Estou constrangido. Queria estar acompanhando minha esposa. Quem vai acompanhar vai ser meu filho Eduardo e a esposa dele. Eu queria estar lá.
Na decisão em que rejeitou o pedido de Bolsonaro para viajar para a posse de Trump, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, ressaltou que há possibilidade de "tentativa de evasão" de Bolsonaro "para se furtar à aplicação da lei penal". O ministro ainda destacou que Bolsonaro vem defendendo a fuga do pais e o asilo no Exterior para os diversos condenados pelos atos golpistas.
A decisão seguiu o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu "interesse público" que justificasse a flexibilização da restrição imposta ao ex-chefe do Executivo, indiciado por crime de golpe de Estado. O chefe do Ministério Público Federal, Paulo Gonet, destacou como a viagem pretendia "satisfazer interesse privado" de Bolsonaro, o que não é "imprescindível".