As centrais sindicais criticaram a atuação da Brigada Militar (BM) durante a liberação das garagens das empresas de ônibus, em Porto Alegre, na manhã desta sexta-feira (30). Em nota conjunta, oito entidades afirmaram que os policiais militares agiram de forma "truculenta e desproporcional" contra manifestantes "que atuavam de maneira pacífica nos locais".
Quatro dirigentes sindicais foram presos durante os protestos: dois ligados à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e outros dois da CSP-Conlutas. Segundo as centrais, os detidos foram "algemados e agredidos pelos policiais".
"Os PMs atacaram os manifestantes que atuavam de maneira pacífica nos locais com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, de forma intolerante e desproporcional", diz a nota.
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Também por meio de nota, a Brigada Militar sustenta que atuou para "a garantia da lei e da ordem, mantendo a harmonia social". A corporação confirmou as quatro prisões.
"Até o momento três pessoas foram detidas devido à depredação de um ônibus da empresa Carris onde o próprio motorista fez o reconhecimento. Eles foram conduzidos à 2ª Delegacia de Policia de Pronto Atendimento. Outro manifestante foi detido portando rojões, pedras e outros artefatos", afirma a nota.
Entre os detidos na confusão no entorno da Carris está Altemir Cozer, ex-vice-presidente do Cpers e dirigente da CSP-Conlutas, segundo o Comando de Policiamento da Capital (CPC). Ele e outros dois manifestantes foram encaminhados à 2ª Delegacia de Pronto Atendimento de Porto Alegre, mas, de acordo com o coronel Jefferson de Barros Jacques, comandante do CPC, apenas Cozer foi encaminhado posteriormente para o Presídio Central, pois estava portando rojões e outros artefatos. Os outros dois detidos foram liberados ainda de manhã.
O professor Altemir Cozer foi liberado do presídio por volta das 13h de sábado (1º). Ele havia tido a liberdade provisória concedida pelo juiz ainda na noite de sexta-feira. Uma manutenção do sistema de Tribunal de Justiça, no entanto, teria atrasado a liberação. O sistema deveria voltar ao normal às 7h, mas foi adiado para a tarde.
Sindicalistas e amigos de Cozer fizeram vigília em frente ao Presídio Central, aguardando pela libertação dele (foto abaixo).
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Uma quarta prisão foi efetuada em Triunfo. Um manifestante foi detido após ser flagrado jogando pneus ao fogo em bloqueio no km 41 da RS-124.
Segundo a Brigada Militar, os policiais permanecem em diferentes pontos de Porto Alegre e em outros municípios "em que houver manifestação", e "vão continuar atuando na manutenção da liberdade ordeira da população em geral".
Às 4h50min desta sexta-feira, sete das 11 empresas que operam na cidade estavam com as garagens bloqueadas, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Às 6h08min, após a ação da Brigada Militar (BM) para liberar a saída dos coletivos, não havia mais interrupções, e os veículos começaram a circular normalmente. As últimas garagens desbloqueadas foram as das empresas Estoril e Gazômetro.