
O governador José Ivo Sartori comentou na manhã desta terça-feira (21) sobre o acordo entre a União e os Estados para renegociação das dívidas - com a suspensão dos pagamentos até dezembro. Segundo ele, a conquista está longe de representar o equilíbrio financeiro do Rio Grande do Sul, mas é "um respiro, um alívio" importante num momento de crise.
"(A renegociação) Cria condições de avançar, e não pode deixar de ser celebrada por todos", afirmou Sartori.
No entanto, ele disse que a parcela que deixará de ser paga à União corresponde a um quinto do valor da folha dos servidores, não podendo garantir o pagamento em dia do funcionalismo.
"Tivemos seis parcelamentos, mas nunca foram além do dia 11, 12 de cada mês. Se você não tem dinheiro, não vai pagar", afirmou.
Durante entrevista coletiva no Palácio Piratini, o governador exaltou ainda as ações para recuperar as finanças estaduais e citou um plano para a área de segurança, que será anunciado nos próximos dias.
Ao ser questionado sobre a ocupação da Secretaria da Fazenda e a prisão de um jornalista, Sartori disse que o repórter não se identificou, ao contrário do que mostram vídeos sobre a ação. "Houve a invasão. Pelo que eu sei, o jornalista nunca se identificou como jornalista, a não ser quando foi levado para a delegacia"
Acordo sobre a dívida
Durante reunião ontem entre governadores e o presidente interino Michel Temer foi anunciada a suspensão, até o fim deste ano, do pagamento das parcelas das dívidas. Os entes federados pleiteavam dois anos de carência, mas, após inúmeras reuniões e discussão, acabaram aceitando a oferta de seis meses.
A partir de dezembro, estados e prefeituras voltarão a pagar as parcelas da dívida, porém de forma gradativa, durante 18 meses, aumentando cerca de 5% a cada mês até chegar ao valor integral da prestação.