
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva protocolou nesta sexta-feira um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode adiar o envio dos processos contra ele na Lava-Jato para o juiz Sergio Moro, em Curitiba. Os advogados querem que as investigações fiquem na Corte até que os recursos que tentam impedir a transferência para a primeira instância sejam julgados. O pedido deverá ser analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no STF.
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Nesta semana, além de devolver para Moro os procedimentos que envolvem o sítio em Atibaia e o triplex no Guarujá, cuja propriedade é atribuída a Lula, o ministro também anulou os áudios em que o ex-presidente aparece conversando com a presidente afastada, Dilma Rousseff, sobre o envio de um termo de posse para o ministério da Casa Civil.
Nos chamados embargos de declaração, a defesa de Lula pede que o ministro Teori esclareça supostas obscuridades e dúvidas na decisão de devolver os processos contra ele para Moro. Para os advogados, se o caso das propriedades estiver ligado à Lava-Jato, deve ficar no STF; se não tiver relação, a Corte deve decidir então qual é o órgão competente para processá-lo.
Os defensores do petista sustentam que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu incluir Lula no chamado inquérito-mãe da Lava-Jato, conhecido como "quadrilhão", e que não há motivo para que apurações sobre o mesmo caso sejam encaminhadas por outras instâncias. A inclusão de Lula no "quadrilhão", no entanto, ainda não foi autorizada e está sob análise de Teori.