Por unanimidade, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu nesta segunda-feira arquivar a denúncia contra a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, à respeito das polêmicas 28 lanchas-patrulha adquiridas por R$ 31 milhões pelo Ministério da Pesca - parte da conta foi paga na gestão de Ideli.
Apesar de ter livrado Ideli, a comissão mantém o foco sobre os negócios de consultoria do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que desrespeitou o prazo de 10 dias para prestar mais esclarecimentos aos conselheiros.
- Ideli não fez licitação, não assinou contrato, pagou uma das prestações a que estava obrigada e foi inteiramente excluída das indagações do Tribunal de Contas da União. Não há nada marítimo hoje - afirmou o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence.
- Não é possível pedir a cada ministro que faça, antes de tomar posse, a folha corrida do seu ministério para saber se no passado houve alguma irregularidade.
Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, o dono da fabricante das lanchas, a Intech Boating, doou a pedido do ministério, R$ 150 mil ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina, que bancou 81% dos custos da campanha derrotada de Ideli ao governo catarinense.
- Os fatos relatados na própria denúncia, assim como os documentos depois vindos aos autos, inclusive, particularmente, a análise do Tribunal de Contas da União, nada provaram que lhe (a Ideli) pudesse ser atribuída falta ética - disse Pertence.
A comissão também decidiu não abrir procedimento preliminar para analisar a conduta do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mencionado em conversas telefônicas do escândalo Carlinhos Cachoeira.
Decisão unânime
Comissão de Ética da Presidência da República arquiva caso das lanchas de ministra Ideli
Fabricante das lanchas teria doado R$ 150 mil para campanha de Ideli ao governador de SC
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