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A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul aprovou nesta quinta-feira (27) a destinação de R$ 1,3 milhão, pelo Executivo, para a realização da Festa das Colheitas. O aval ocorreu por maioria, com votos contrários dos vereadores Daiane Mello e Hiago Morandi, ambos do PL. Calebe Garbin (PP) chegou a declarar voto contrário, mas não estava no plenário na hora da votação.
O projeto foi encaminhado pelo Executivo na semana passada e passou pela primeira discussão na última terça-feira (25). O repasse vai servir para complementar o orçamento do evento.
A discussão desta quinta foi marcada por críticas ao Executivo a respeito da forma como o projeto foi encaminhado. De forma unânime os parlamentares que se manifestaram foram favoráveis à destinação de recursos e à realização da festa. Vereadores da oposição, contudo, reclamaram da falta de detalhamento do uso que será dado ao dinheiro.
— Sou contra a forma que está sendo colocado — justificou Daiane Mello.
Também houve críticas a respeito do envio do projeto próximo à realização da festa e até mesmo a erros ortográficos.
O vereador Capitão Ramon (PL) chegou a propor o adiamento da análise por até seis dias, mas o pedido acabou rejeitado. O vice-líder de governo, Wagner Petrini (PSB), argumentou que o adiamento inviabilizaria a festa. A vereadora Estela Balardin (PT) rebateu:
— Se o adiamento inviabiliza, a culpa não é desta casa.
Incômodo ocorre desde o início do ano

As críticas ao prazo e à redação do projeto representam mais um episódio de um incômodo dos vereadores com o Executivo, que tem ocorrido desde o início do ano. O assunto acabou dominando a discussão na esteira do cancelamento de uma sessão extraordinária marcada para esta quinta.
A sessão seria para votar uma correção no subsídio do transporte coletivo. A própria necessidade de ajustes já tem sido motivo de críticas. No entanto, os pareceres das comissões foram enviados ao plenário sem as assinaturas de todos os integrantes, por falta de tempo hábil.
O cancelamento ocorreu a partir de uma articulação do PCdoB por falta de reuniões das comissões. Mesmo vereadores da base não tinham um entendimento unificado em torno da proposta. Com o imbróglio, o Executivo também decidiu retirar o projeto.
O presidente Lucas Caregnato (PT) disse que novos projetos em regime de urgência serão aceitos somente com 24 horas de antecedência.
Publicação acirra os ânimos
Já no fim da sessão, começou a circular entre os parlamentares uma publicação nas redes sociais com críticas a quem votou favorável ao repasse à Festa das Colheitas. O post gerou indignação e reações.
— É inaceitável que nos ataquem em qualquer rede social por nossas posições. Se foi daqui de dentro que postou, vai responder na Comissão de Ética — avisou Claudio Libardi (PCdoB).
Horas depois, o post foi apagado.