O novo pedido de cassação protocolado contra o vereador Sandro Fantinel (sem partido), desta vez sob acusação de quebra de decoro, foi arquivado pela Câmara de Caxias do Sul após rejeição por unanimidade dos vereadores presentes em votação realizada na sessão desta terça-feira (9). Por se tratar se tratar de um documento externo — não encaminhado por um vereador — o novo pedido tranca a pauta na Câmara e por isso ganhou prioridade na ordem do dia desta que foi a primeira sessão após ser protocolado, na última quinta-feira (4), pelo ex-vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu.
Ainda antes da votação, o vereador Fantinel, presente na sessão, abriu mão dos 15 minutos aos quais teria direito para defesa. Fantinel já responde a outro processo de cassação também por quebra de decoro, após falas preconceituosas contra baianos em 28 de fevereiro. Neste caso, a expectativa da Comissão Processante é de entregar relatório até metade deste mês. Se fosse aprovado, esse novo pedido de cassação não seria anexado ou incluído no processo atual, pois se trata de outra natureza de acusação.
Desta vez, o ex-vice acusou Fantinel de quebra de decoro parlamentar após um áudio vazado, no qual o vereador chama Fabris de "filho da p...". No áudio, Fantinel diz que Fabris foi "o maior transtorno que teve em Caxias do Sul até hoje". O vereador ainda afirma que teria que "descascar esse filho da p..." e que o ex-vice-prefeito "não vale nada". No pedido de cassação, não constava nem a data em que esse áudio teria sido gravado nem como foi compartilhado.
Além do áudio, Fabris afirma ter sido ameaçado em um grupo de WhatsApp, do qual o vereador faria parte. Em uma mensagem enviada neste grupo, Fantinel teria se referido ao ex-vice-prefeito, segundo o pedido. A mensagem em nenhum momento faz menção ao nome de Ricardo Fabris.
Para o ex-vice-prefeito, o caso de Fantinel está relacionado com o processo de cassação aberto contra o vereador Lucas Caregnato (PT), que, na avaliação de Fabris, foi aberto como um "instrumento de barganha", enquanto deveria ter sido resolvido na Comissão de Ética da Câmara. Além disso, Fabris alegou que as manifestações de Fantinel incentivam discursos de ódio, motivo pelo qual afirma ter protocolado este novo pedido de cassação.
Na votação desta manhã, os vereadores Felipe Gremelmeier (MDB) e Tatiane Frizzo (PSDB), que integram a Comissão Processante da acusação referente às falas preconceituosas contra trabalhadores baianos, se ausentaram da votação. Os demais 20 votos foram pela recusa à admissão do segundo pedido que tem Fantinel como alvo. A expectativa da comissão é de que o relatório do processo em andamento seja concluído e apresentado até a metade deste mês