Esta quinta-feira (14) teve mais um desdobramento da Operação Caritas em Canela. A Polícia Civil cumpriu três mandados de busca e apreensão contra investigados nesta manhã, em ação integrante da operação, que investiga corrupção em parte do poder público da cidade. Três endereços residenciais foram alvo de buscas pelos policiais. A ação policial teve o objetivo de apreender objetos para a apuração dos fatos e, assim, compreender se efetivamente foram praticados os crimes, especialmente contra vereadores na cidade.
Isso porque, de acordo com a polícia, dois homens são investigados por coação durante o processo em razão de votação na Câmara de Vereadores de Canela no último dia 30 de junho. Nessa data, o Legislativo canelense arquivou o processo de cassação de mandato de vereador Alberi Galvani Dias (MDB) investigado na Operação Caritas. A denúncia sobre suposta falta de decoro parlamentar contra o vereador foi arquivada. Eram necessários oito votos para a cassação. Na sessão, sete vereadores foram favoráveis a cassação e 4 votaram contra o processo, o que levou ao arquivamento da denúncia e a manutenção do mandato do parlamentar.
Segundo informações repassadas à Polícia Civil, os alvos dos mandados desta quinta, tentaram intimidar e ameaçar vereadores da cidade. A Polícia Civil de Canela informou ter sido procurada por pessoas que relataram práticas de ameaças nos dias que antecederam a votação da Câmara de Vereadores.
Ainda de acordo com a polícia, os policiais tiveram êxito nas buscas desta quinta, sendo que as investigações policiais prosseguem, mas relatam que há dificuldades para avançar na responsabilização dos suspeitos e para obter medidas mais enérgicas em razão de que, com medo de represálias, as vítimas que procuraram o órgão policial desejaram não formalizar os fatos e não registrar ocorrência.
Além disso, no dia 8 deste mês, a Polícia Civil de Canela, concluiu as investigações das suspeitas de irregularidades em liberação de licenças ambientais no município. A apuração integra a oitava e nona fases da Operação Caritas. O inquérito encerrado na semana passada concentrou as investigações na Secretaria do Meio Ambiente de Canela. O então titular da pasta, Jackson Müller, segue detido.
Foram indiciadas 18 pessoas, entre servidores (todos exonerados após a operação policial) e empresários. Dentre os crimes apontados pela Polícia Civil estão as práticas de falsidade ideológica, uso de documento falso, peculato, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, crimes em licitações e contratos administrativos e crimes ambientais, entre outros.