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O pré-candidato do Patriota à prefeitura de Caxias do Sul, Nelson D’Arrigo, quer reposicionar a cidade na área do turismo, trazer novos investimentos e tornar Caxias competitiva. O empresário teve sua pré-candidatura anunciada no final de fevereiro e pretende tornar a prefeitura uma "fábrica de projetos" para as áreas de saneamento, habitação e abastecimento.
Nesta entrevista, D’Arrigo ainda comenta sobre como surgiu o interesse em disputar a eleição e critica a falta de diálogo do Governo Guerra. Confira:
Pioneiro: O que o motivou a concorrer a prefeito?
Nelson D’Arrigo: A gente fica olhando a cidade e de uma hora para a outra a gente vê a cidade sendo maltratada. A gente conversa com um e com outro e diz: acho que vou ser candidato a prefeito. Num determinado momento, a minha família disse, todo mundo está cansado com o que está acontecendo e se tu entendes que podes ser um bom prefeito nós te apoiamos. Eu perguntei: vocês estão preparados para ser expostos e taxados de interesseiros? Nós estamos preparados para te amparar. Acho que tenho uma possibilidade de fazer um trabalho muito bom na prefeitura pela experiência administrativa que eu tenho. Nunca dependi da prefeitura ou de órgão pública para nada, dependo sim dos serviços públicos porque tenho uma construtora. Ser prefeito será um grande desafio, mas penso que não se faz nada sozinho e graças a Deus tem um grupo de pessoas que sempre andaram comigo, que apoiam e que pretendem participar dessa campanha e ajudar a buscar nomes que a cidade respeite para formar a equipe que pretendo montar para a prefeitura.
E como surgiu o interesse pela política?
Não tem um interesse em ser político, tem uma vontade muito grande de fazer um trabalho legal na prefeitura e resgatar a nossa dignidade. Quero reposicionar Caxias para o lugar de onde ela nunca deveria ter saído. Até para as Hortênsias nós fomos. A cidade que tem a Festa da Uva e que foi ficando cada vez menor, os interesses para o turismo diminuindo, quero fazer esse resgate.
Essa é a sua primeira filiação partidária?
A minha primeira filiação foi assinada no sábado (29 de fevereiro). Nunca tive interesse em participar da política como filiado. Também a filiação é obrigatória, a legislação obriga a filiação a um partido. Nunca existiu a possibilidade de ser um candidato independente, mas infelizmente a gente tem que fazer as filiações nos partidos, e também é uma dificuldade porque a gente precisa respeitar o partido e principalmente escolher um partido que te represente, os teus ideais têm que estar dentro do partido que tu defendes.
O senhor já declarou apoio a Jair Bolsonaro. Qual é a sua estratégia para buscar votos entre esses eleitores?
Nós não temos que buscar os votos dos bolsonaristas. Temos que fazer uma proposta que Caxias do Sul entenda como a melhor, é o que a gente pretende. Não importa se é Bolsonaro ou qualquer outro. Eu sou Bolsonaro desde o primeiro dia em que ele se lançou candidato, por tudo que a mídia e as redes sociais divulgam. Quantos não se decepcionaram com a esquerda no Brasil? O próprio Hélio Bicudo foi um dos primeiros a romper com esse status que se instalou no país. Esquerda ou direita não é o importante, o importante é uma esquerda e uma direita que defendam o país. Infelizmente, o que enxerguei nos últimos 20 anos foi uma esquerda que entregou o país, que dilapidou e roubou o país.
O cenário caxiense aponta quatro candidaturas de centro-direita. Isso pode prejudicar sua candidatura?
Acho que não. Tudo no final se soma. Nós vamos apresentar uma proposta de governança e ela vai ser muito bem aceita pela comunidade. Não me preocupo com os candidatos que vierem, todos são bons. Ninguém acorda de manhã e diz: hoje vou fazer o mal. Ninguém acorda e diz assim: vou me candidatar para quebrar a cidade. Todo mundo acorda com o ideal de fazer a coisa boa.
O que sua experiência da iniciativa privada pode contribuir com o setor público?
Muito. O fato de não estar vinculado à política não me atrela a compromissos que não são meus. Acredito que posso fazer um secretariado bala, que conhece a cidade, que conhece o povo e as coisas de Caxias. A gente viu nessa experiência (do Governo Daniel Guerra) muita gente de fora que não fazia ideia do que é Caxias, a grande maioria dos ex-secretários não era de Caxias. Vamos ter pessoas conosco que conhecem a cidade a fundo. Vamos fazer um trabalho de resgate do funcionário público como nunca foi feito, serão os funcionários públicos mais respeitados do Brasil.
Já tem os nomes dos secretários caso seja eleito?
Na minha cabeça sim, mas só vou divulgar no momento certo. Os nomes não serão 100% meus, com certeza. Posso garantir que são pessoas conhecidas da cidade, muitos não têm vínculo político. Nós seremos uma fábrica de projetos, porque tem dinheiro. A gente precisa enxergar onde está e buscar o recurso. Os ministérios das Cidades e da Cidadania têm inúmeros recursos que ninguém usa. E não é buscar dinheiro emprestado, é buscar o fundo perdido para projetos de saneamento, habitacionais, para fornecimento de água. Vamos abrir um escritório em Brasília. Nós não temos deputado federal e nossas demandas acontecem por deputados de outras regiões. A gente precisa trazer investimentos para a cidade, adaptar leis para trazer empresas para a cidade. A gente precisa ser competitivo e apoiar cada vez mais o empreendedorismo da cidade.
Quais são as prioridades de Caxias?
Caxias tem várias prioridades. Sou um municipalista, entendo que as coisas têm que acontecer na cidade, porém, muitas coisas não podem acontecer por um artifício legal, não posso mudar leis estaduais e federais. Vamos montar uma bela carta de intenções e apresentar ao povo de Caxias. Eu entendo que educação, segurança pública e saúde são prioridades municipais, mas a gente ouve pessoas dizendo que tem que terceirizar tudo. Eu gostaria muito de assumir a educação, a segurança, mas a gente precisa adaptar a gestão dentro do que a lei permite. A gente precisa enxergar o que Caxias precisa.
E quais serão os eixos do seu plano do governo?
Ele não está nem embrionário ainda, não tem uma carta de intenções. Ele está iniciando. Tem muita gente se envolvendo e muita gente vai se envolver. Eu sempre administrei assim, sempre montei e tive equipe muito melhor do que eu. O meu forte é aglutinar pessoas e empoderar essas pessoas.
Quais foram os problemas do Governo Daniel Guerra que o próximo prefeito não pode repetir?
É uma única palavra: diálogo. A crítica faz parte do diálogo. Ninguém consegue ser nada sozinho. A partir do enclausuramento criado ninguém mais teve possibilidade de chegar e sugerir. Num determinado momento dessa gestão, tudo virou conchavo ou tentativa de conchavo, ao ponto de as pessoas irem na prefeitura e levarem seis meses para terem um IU (Informações Urbanísticas), um documento que diversas prefeituras e inclusive a prefeitura hoje já têm online.