
A população de Caxias do Sul acompanhará nesta sexta-feira com atenção a sessão de julgamento do processo de impeachment contra o prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (Republicanos). A sessão extraordinária que decidirá o futuro político de chefe do Executivo caxiense começa às 8h30min, no plenário da Câmara de Vereadores e deve ter duração de cerca estimada de 12 horas. Para que o prefeito seja afastado, são necessários os votos de dois terços dos 23 vereadores, ou seja, 16 deles, para qualquer de um dos quatro tópicos da denúncia. Guerra permanecerá no cargo se conseguir oito votos contra a procedência de cada denúncia, ou que pelo menos eles não sejam favoráveis ao afastamento.
Os vereadores votarão a denúncia protocolada pelo ex-vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu no dia 27 de setembro. O documento pede a cassação do mandato e dos direitos políticos de Guerra. A denúncia apresenta quatro itens. Na quarta-feira (18), a Comissão Processante do Legislativo decidiu pela procedência de três itens: a proibição da bênção de Natal dos freis capuchinhos, a decisão do prefeito de fechar o Pronto-Atendimento 24 Horas para reformas, ignorando o Conselho Municipal de Saúde, e a proibição da realização da Parada Livre na Praça Dante Alighieri. A comissão decidiu pela improcedência do quarto tópico da denúncia, sobre possíveis irregularidades no chamamento público que definiu pela gestão compartilhada da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Central, o antigo Postão.
Antes da sessão de julgamento, o presidente do Legislativo, vereador Flavio Cassina (PTB) vai convocar duas sessões extraordinárias: a primeira para dar posse a Adriano Bressan (MDB). Ele foi convocado na tarde desta quinta-feira (19), depois do pedido de licença da vereadora Gladis Frizzo (MDB), por luto familiar. Ocorrerá ainda uma segunda sessão extraordinária para votação de ofício de autoria da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação.
Nesta quinta, o assunto era discutido nas rodas de conversa pela cidade e nos bastidores do meio político. O ambiente entre a oposição é de expectativa e confiança pela cassação de Guerra. Do outro lado, a cúpula do governo municipal vive momentos de tensão. Guerra teria reunido seu secretariado para tratar sobre a possível saída do Centro Administrativo e interlocutores do governo buscavam reverter o voto de vereadores ainda indecisos.
Na tarde desta quinta, a reportagem do Pioneiro percorreu os corredores da prefeitura o clima era de aparente normalidade. Nos bastidores, o ambiente entre os servidores da prefeitura é de euforia pelo possível impeachment de Guerra. A procuradora-geral do município e defensora de Guerra, Cássia Kuhn, levou um bolo para comemorar as festas de final de ano, na tentativa de mostrar aparente tranquilidade, porém o clima era de despedida e constrangimento.