
Com o fim das coligações proporcionais para as eleições de 2020, partidos pequenos de Caxias do Sul já estão se organizando para a composição de candidaturas a vereador. Conforme as regras, cada partido pode apresentar candidatos para o número de vagas em disputa – em Caxias são 23 cadeiras – mais 50%. No total, é possível registrar 35 nomes.
A legislação obriga que no mínimo 30% das candidaturas devem ser preenchidos por mulheres. A reportagem procurou ouvir representantes do Patriota (fusão do PEN com o PRP), partido da coligação do prefeito de Caxias Daniel Guerra (PRB) e da Rede, sigla que apresentou o advogado Vitor Hugo Gomes como candidato a prefeito na eleição de 2016.
Outros dois partidos pequenos vivem uma situação bem diferente e precisam de uma estrutura melhor para disputar a eleição de 2020. Filiado ao Avante, o ex-vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu não pretende concorrer a cargo eletivo na próxima eleição. A sigla não tem representante na cidade. Já outro ex-vice-prefeito, Antonio Feldmann, ensaia uma filiação no Podemos, cujos nomes de maior expressão no cenário nacional e estadual são os senadores Alvaro Dias (PR) e Lasier Martins (RS). Mas ele diz que não sabe quem é o presidente do partido em Caxias.
O presidente municipal do Patriota, João Dreher, diz que já tem 48 pré-candidatos a vereador para a próxima eleição e que pretende realizar um encontro no dia 3 de junho para definir os 35 nomes que irão formar a nominata.
– Quero sentir a disposição dos nossos pré-candidatos para termos a melhor composição.
Dreher diz que o Patriota não terá candidato a prefeito e que a sigla pretende manter a coligação com PRB e PR.
– Não vamos ter candidato (a prefeito). Nosso candidato é o Guerra. É ele mesmo o nosso candidato – antecipa o aliado de primeira hora.
Atualmente, o Patriota conta com 852 filiados em Caxias. O coordenador-geral da Rede na cidade, Antioco Sartor, conta que já trabalha na escolha de nomes para formar a nominata de vereadores para a eleição de 2020. Segundo ele, entres os candidatos estão trabalhadores, profissionais liberais e até um vigário. Ele também antecipa que a sigla não terá candidato a prefeito.
– Pretendemos eleger pelo menos um vereador – diz.
Sem alcançar a cláusula de barreira, a Rede trabalha para uma fusão com o PV. Os dois partidos defendem a filosofia do meio ambiente.
– A gente tem muita afinidade. Esses dois partidos (Rede e PV) têm a mesma filosofia. Somos um partido de caráter social, no campo da esquerda, do centro, com filiados de centro direita, mas que fazem a defesa do trabalhador.
Sartor diz ainda que gostaria de promover um debate suprapartidário para discutir o perfil da cidade para o futuro.
– Os prefeitos que entram fazem a cidade da cabeça deles. O povo tem que opinar que tipo de cidade quer. A cidade não tem turismo, não tem calçadão, não tem lazer. A cidade está muito fria e desumanizada.
Sartor pretende realizar uma campanha de filiações e projeta chegar até as eleições com 800 filiados. Hoje, o partido tem 220.
Cláusula de barreira
:: O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou que o resultado obtido nas Eleições 2018 para a composição da Câmara dos Deputados será o considerado para aplicação da cláusula de barreira na legislatura de 2019 a 2022. Terão acesso aos benefícios os partidos que obtiveram, no mínimo, 1,5% dos votos válidos para deputado federal, distribuídos em pelo menos um terço dos Estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas; ou tiverem elegido pelo menos nove deputados distribuídos em pelo menos um terço dos estados.
:: A cláusula estabelece que os partidos que não atingiram o número mínimo de votos não têm direito aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão.