Cerca de 50 estudantes da Escola Municipal Castelo Branco, no bairro Fátima, em Caxias do Sul, ocuparam o plenário da Câmara de Vereadores na manhã desta sexta-feira para manifestar posição contrária ao projeto que pretende mudar o nome da instituição. A informação é Gaúcha Serra.
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A audiência pública foi proposta pelo vereador Rodrigo Beltrão (PT), autor do projeto que pretende alterar o nome do colégio para Presidente João Goulart para não homenagear pessoas vinculadas à Ditadura. A ideia se espelha na mudança que ocorreu na Avenida Castelo Branco, em Porto Alegre, que passou a ser chamada Avenida da Legalidade.
- É um debate sobre os 52 anos do golpe. É um debate que vai muito além de trocar o nome da escola, ele debate a nossa história e nos auxilia a fazer uma reflexão com nossas crianças porque um educandário com nome de ditador não dialoga com o momento democrático que vivemos nos país - justificou.
A diretora da instituição de ensino, Adelis Simioni, critica a falta de discussão do projeto com a comunidade, no início, e diz que a escola já tem uma identidade. A Castelo Branco completa 60 anos em outubro.
- A escola não tem nenhuma conjuntura com a ditadura, até porque os tempos são outros. Na época, se o presidente fez ou não fez, a gente não pode ficar trocando nome de escola com tantas outras prioridades que temos. A gente pensa que é desnecessário.
Durante a audiência, foram apresentadas queixas de salas abafadas e outros problemas da escola. Alunos levaram cartazes apoiando o nome de Castelo Branco. Em função da desaprovação da comunidade escolar, o vereador chegou a propor que o novo nome da escola não seja Presidente João Goulart, mas que seja escolhido o nome de uma pessoa do próprio bairro da escola para que seja homenageado.
Além deste projeto que troca o nome da escola, outro projeto da bancada do PT que tramita na casa e quer mudar todos os nomes de ruas e prédios relacionados ao regime militar. O vereador Beltrão disse que vai solicitar apoio da prefeitura de Caxias do Sul para fazer um levantamento de quantos são os espaços que homenageiam pessoas ligadas à repressão. Ele citou como exemplo o projeto "Ruas de Memória", da prefeitura de São Paulo que identificou o número de logradouros associados à Ditadura.
