Candidatos a prefeito de Caxias do Sul apresentam propostas para acessibilidade de pessoas com deficiência

Os cinco candidatos a prefeito de Caxias do Sul apresentaram nesta terça-feira suas propostas para melhorar a acessibilidade das pessoas com deficiência. O encontro, na Câmara de Vereadores, foi promovido pelo Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas Com Deficiência.

- Há muitos lugares em que o deficiente não pode chegar. E não são só barreiras físicas, mas dificuldades de acesso à informação - afirmou a presidente do conselho, Cassandra Gomes Ramos.

Veja o que disse cada candidato:

Milton Corlatti (DEM)
- No nosso governo, vamos criar a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social, seguindo os parâmetros do Ministério das Cidades. Entre outros objetivos, a secretaria irá criar políticas sociais e inserir as pessoas com necessidades especiais em programas de saúde pública, além de qualificar o município junto ao Ministério das Cidades para receber recursos. A secretaria também irá fiscalizar as construções para que atendam às determinações de acessibilidade e realizar reuniões com entidades de classe para tornar o comércio acessível. No caso da educação, vamos universalizar o acesso de crianças e adolescentes entre quatro e 17 anos à escola. Também vamos criar no transporte coletivo itinerários especiais com veículos adaptados e núcleos de produção de equipamentos para deficientes.

Luís Fernando Possamai (PSOL)
- Passaram-se 16 anos e o que foi feito pelos nossos governos para os portadores de necessidades especiais? Gostaria de lamentar a constatação de que a nossa cidade não está preparada. Em nosso plano de governo, assumimos o compromisso de criar uma Secretaria Especial para Portadores de Necessidades Especiais. Caso sejamos eleitos, vamos pedir que o Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência indique uma lista tríplice de nomes e, a partir dela, nomear o secretário da área. Também queremos readequar o Plano Diretor com vistas à acessibilidade. Isso será elaborado em conjunto com o Conselho e a sociedade.

Assis Melo (PCdoB)
- Hoje em dia, a população como um todo tem uma consciência maior sobre as pessoas com deficiência. Acredito que não são necessárias mais leis. As que já existem ajudam e dão conta, mas infelizmente vivemos numa sociedade em que é difícil cumprir as leis. Queremos centralizar as ações na Fundação de Assistência Social para obtermos melhores resultados, além de fortalecer o elo entre o Conselho e a prefeitura sobre as questões de acessiblidade. Queremos ainda propor ações conjuntas com os governos estadual e federal. Não vou propor que vou criar secretaria em frente alguma. Antes, temos de ter conhecimento das condições em que vamos encontrar a máquina pública e a realidade do município. Esperamos que o conselho tenha autonomia para fazermos um governo com diálogo e responsabilidade social.

Antonio Feldmann (PMDB)
- Gostaria de elencar alguns avanços que tivemos no governo Sartori. Em 2007, gravamos no Plano Diretor a garantia de acessibilidade em todos os equipamentos públicos. Também foram implantadas plataformas de acesso em todas as linhas de ônibus. Há rampas nas calçadas de toda a área central, e semáforos sonoros em pontos como a frente da Apadev. Também implantamos academias especiais e foram realizadas corridas e rústicas. Mas ainda há muito a avançar. Nossa proposta é a criação de uma política municipal de inclusão de pessoas com deficiência, além de um centro de convivência para o fortalecimento de vínculos para pessoas com necessidades. Vamos transformar o parque da Festa da Uva em referência de acessibilidade.

Marcos Daneluz (PT)
- Estamos propondo um novo conceito de cidade. Precisamos admitir que uma cidade para ser grande precisa ser humanizada, onde a inclusão seja prioridade. Vamos ouvir os conselhos e discutir todas as possibilidades. Caxias é completamente despreparada. Vamos garantir que os nossos espaços públicos terão acessibilidade e mostrar a importância dessas medidas para o setor privado. Usaremos parte da verba publicitária em campanhas de conscientização para que a população entenda a necessidade de receber bem as pessoas com necessidades especiais.
Nas escolas, precisamos criar projetos pedagógicos que dialoguem com esta realidade para fornecer espaços acessíveis e criar oportunidades.

Leia mais na edição impressa do Pioneiro desta quarta-feira.