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O assassinato do médico Guilherme de Oliveira Lahm, 34 anos, completa um mês nesta quarta-feira (27) sem ter chegado a um desfecho. A morte em frente à casa da família dele, no bairro Rio Branco, chocou os moradores de Caxias do Sul e gerou uma série de questionamentos. Isso porque ele não teria envolvimento com o crime, problemas no trabalho ou histórico que levasse a uma morte violenta. A equipe da Delegacia de Homicídios segue focada no caso:
— É importante que a gente continue tendo cautela com as diversas linhas de boatos e não tomar isso como fonte de investigação e nem fonte probatória. É um caso complexo, seguimos trabalhando nele com diversas diligências. Não podemos repassar muito da dinâmica e da diretriz da investigação para não comprometer o rumo dela, mas seguimos a investigação com bastante empenho — afirma o delegado Caio Márcio Fernandes, da Delegacia de Homicídios.
O delegado ressalta que assim que tiver informações que possam ser divulgadas a sociedade será comunicada:
— O crime gerou uma repercussão que cria na comunidade uma busca por repostas pela autoria e pelos porquês desse crime bárbaro e aparentemente sem maiores motivações. As pessoas querem saber o desfecho e cabe à polícia empreender da melhor maneira possível e, dentro lei, chegar aos resultados.
O crime
No momento do crime, Lahm estava na calçada em frente à casa da mãe dele, acompanhado da irmã, após ter embarcado a esposa e os dois filhos, de um e três anos, na caminhonete. Usando um capuz, o criminoso chegou a pé vindo da Rua Germano Parolini, para onde estava virada a traseira da Ranger vermelha do médico.
O homem armado passou pela irmã de Lahm e efetuou dois disparos para cima. Depois, atirou contra o médico, atingindo-o no peito e ombro esquerdo. Os tiros para o alto são vistos como uma forma de alerta para que as outras pessoas se afastassem de Lahm, ou seja, para não ferir mais ninguém além do alvo.
O que já se sabe sobre o assassinato
As características do crime apontam para um assassinato encomendado. A dinâmica leva a crer que o autor tinha informações sobre a rotina do médico. Essa segue sendo a linha de investigação principal para o crime. O delegado da Homicídios ressalta, no entanto, que outras possibilidades não são descartadas, mas essa é a linha mais robusta. O foco da investigação está em descobrir a motivação do assassinato.
O atirador não estava sozinho, sendo que as imagens de câmeras do bairro Rio Branco apontaram que mais de uma pessoa esteve envolvida no assassinato. A Polícia Civil já identificou o modelo do carro que foi utilizado pelos criminosos para chegar e fugir do local. No entanto, esse veículo ainda não foi localizado.
Quanto às relações interpessoais do médico, o delegado ressalta que não há nada que possa ser divulgado no momento:
— Nada que seja passível de ser comunicado à imprensa, mas seguimos avançando e tentando aprofundar esse âmbito das relações interpessoais.
Referente às ameaças e perseguições que o médico vinha sofrendo desde o início do ano, o delegado Caio afirma que não há boletim de ocorrência sobre o fato. Esses relatos também seguem sendo investigados para verificar se tais ameaças poderiam estar ligadas ao crime ou se tratava apenas de tentativas de golpe:
— Estamos investigando essa questão. Isso faz parte da tentativa de melhor contextualizar e quem sabe buscar uma possível motivação para a morte. No entanto, pode ser apenas uma coincidência, até porque muitas pessoas sofrem golpes de ameaça como falsos pedidos de sequestro ou golpe dos nudes. Por isso, não descartamos a possibilidade dessas ameaças não estarem diretamente ligadas ao fato.